Dow planeja expansão no mercado brasileiro
19-08-2016

A Dow, gigante do setor químico, pretende elevar os investimentos no Brasil de olho na retomada da economia brasileira a partir de 2017. O presidente da companhia para toda a América Latina, Fabian Gil, destaca que, após a usina de produção de etanol ter ficado pronta em 2015 em Santa Vitória, em Minas Gerais, a empresa está analisando alternativas para usar a matéria-prima. Em Minas, a usina produz 143 milhões de litros de etanol hidratado.
“Estamos estudando qual é a melhor forma para utilizar esse etanol. É um projeto que terá uma nova etapa”, disse Gil, que não quis antecipar em qual cidade pode instalar essa nova unidade. “Os investimentos são de longo prazo. O desafio é manter o foco. O consumo per capita de plástico na Europa é de 30 quilos. No Brasil, esse número varia entre oito e dez. Isso já dá uma ideia do potencial”.
Em processo de integração com a DuPont em todo o mundo, a Dow também comprou no fim do ano passado a outra metade da Dow Corning (que fabrica silício para indústrias aeroespacial, automotiva e elétrica) que até então era uma joint venture e hoje passou a ser uma divisão da companhia.
“Nos juntamos para crescer. São mercados que se complementam. Temos um grande planejamento de lançamentos. Na crise, tecnologias novas se destacam. E são tecnologias focadas no custo-benefício”, afirma.
Na agenda de novas tecnologias, há exemplos nos mais variados setores. Ele cita que é no Brasil que começou a ser implantado um programa de segurança alimentar, com o uso maior de reciclagem e de novas embalagens. No transporte, estão sendo criadas novas tecnologias para melhorar a eficiência no transporte com o isolamento térmico. No segmento de infraestrutura, o executivo cita o uso de tintas feitas a base de água sem solventes, que requer menor manutenção. Foram essas tintas que foram usadas para delimitar as faixas olímpicas no Rio de Janeiro.
“ No segmento automobilístico, por exemplo, estamos com uma nova tecnologia que usa cola adesiva para juntar metais em vez de solda. Além disso, essa mudança aumenta a segurança, pois distribui a força de forma unânime. Estamos conversando com as montadoras”, disse ele.
Após o investimento feito na Argentina, em parceria com a YPF, para desenvolver as áreas de gás não convencional (shale gas), a companhia não pretende investir no setor de exploração e produção de gás no Brasil, apesar dos leilões recentes promovidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
“Na Argentina, vamos usar o gás para a indústria. E muito desse gás virá para o Brasil. Não vou falar que não estamos pensando em projetos de gás no Brasil até porque você sempre tem que estar olhando. No Brasil há alguns pontos como a reforma tributária. O custo de fazer negócios tem que melhorar”, destacou ele.