É fato que o setor sucroenergético está em recuperação
31-08-2020

É o que afirmaram representantes do setor durante webinar – Recuperação do segmento sucroenergético: fato ou fake?

Para discutir a recuperação do setor sucroenergético, a IHARA, empresa especializada em tecnologias e defensivos para a proteção de cultivos, realizou no dia 27/08, o webinar Recuperação do segmento sucroenergético: fato ou fake?

O evento foi mediado por André Pessôa, Sócio Fundador da Agroconsult, e contou co a participação de: Roberto Carlos, Vice-Presidente de P&D, Marketing e Comercial da IHARA; Fáio Meneghin, Sócio-Diretor da Agroconsult; Mario Ortiz Gandini, Diretor Agrícola e de Tecnologia do Grupo São Martinho; Evandro Gussi, CEO da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e Paulo Roberto Artioli, Sócio Proprietário da Tecnocana e Produtor Rural.

Ao ser perguntado se – a Recuperação do segmento sucroenergético é fato ou fake? – Gandini não hesitou em afirmar que é fato e enumerou fatores para embasar seu ponto de vista.  “O setor está em recuperação, sou muito otimista em relação a isso, baseado em minha experiência de quase 50 anos no setor. Produzimos açúcar que é alimento de primeira necessidade. Existe uma propaganda contra o consumo de açúcar, mas essa propaganda está focada em locais onde faltam alimento. Porém, o mundo ainda passa muita fome, temos regiões onde o balanço de energia não fecha, então o açúcar é, e será por muito tempo, alimento de primeira necessidade. E alguém precisa produzi-lo e nós temos vocação e competência para produzir nas melhores condições.”

Gandini também destacou o etanol e a energia elétrica. “Produzimos energia na forma de etanol, que a cada dia se consolida cada vez mais como opção de combustível, principalmente para veículos leves. Há alguns anos, ninguém estava disposto a considerar a sustentabilidade de um determinado combustível, hoje a valorização por um produto verde é cada vez mais crescente. No caso da energia elétrica da biomassa, além de ser uma energia limpa, ainda é complementar às hidrelétricas, porque é produzida na época de seca”, comentou.

O Diretor Agrícola e de Tecnologia do Grupo São Martinho salientou que novos produtos da cana, como levedura e plástico, vão aumentar a renda do setor.  Ainda para Gandini, outra qualidade fantástica da lavoura canavieira é a sustentabilidade.  “Não há outra cultura tão sustentável quanto a cana. O fato de deixar o solo coberto o tempo todo, tem proporcionado a recuperação da vida microbiana, o que, consequentemente, traz ganhos agronômicos. Solos em áreas de 10 anos com colheita de cana crua, apresentam a mesma qualidade de vida de um solo de mata virgem. O controle biológico de pragas realizado pelo setor é o maior do mundo. E antes mesmo de existir o termo economia circular, o setor já a realizava. A torta de filtro, se bem empregada, retorna quase 100% do fósforo e nitrogênio, a vinhaça devolve quase todo o potássio. E tem a fuligem e cinzas, que ganharam grande importância como fertilizantes. Então, todos esses produtos sendo recirculados oferecem ganhos ambientais e econômicos. Estamos produzindo mais e consumindo menos insumos.”

Paulo Roberto Artioli, Sócio Proprietário da Tecnocana e Produtor Rural, concordou que a recuperação do setor é fato e destacou um importante ponto da lavoura canavieira: o aumento da produtividade. Artioli lembrou que a queda de produtividade dos canaviais está muito ligada à mecanização e que esse impacto negativo começa a ser reduzido à medida que o setor se adapta às condições da mecanização. Ao mudar, por exemplo, espaçamentos, reduzindo o pisoteio e a compactação nos canaviais.

Para Artioli, ao aprender a lidar com a mecanização, ao adotar novas tecnologias e protocolos corretos de nutrição, o setor não só vai recuperar a produtividade, como conseguirá produzir a cana de três dígitos (100 toneladas por hectare) e com isso reduzir o custo.

A recuperação do setor também foi confirmada por Evandro Gussi, CEO UNICA, que além do etanol, ressaltou o uso da palha, vinhaça e a torta de filtro, para a produção do biogás, que gera energia elétrica e o biometano, que ocupará o lugar do diesel nos caminhões e máquinas agrícolas.  Gussi não esqueceu de salientar o RenovaBio, programa, que segundo ele traz um potencial enorme para o setor. “O RenovaBio é uma criança com uma saúde enorme. A demanda por etanol só tende a crescer, mesmo com a pandemia estamos com um crescimento de negócios mais expressivos.”

Fonte: CanaOnline