Elevando a cana à sua máxima potência

16-01-2017

Edição 2016 do Desafio CanaMáxima premiou usinas e fornecedores que extraíram o potencial máximo de seus canaviais

Leonardo Ruiz

Um estudo realizado pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) revelou que, enquanto a produtividade de culturas como a beterraba, o café e o milho cresceu mais de 35% de 1995 a 2010, a da cana-de-açúcar registrou um crescimento bem mais tímido neste mesmo período, abaixo de 15%.

“Ao longo dos últimos 20 anos, as médias de produtividade da cana-de-açúcar se estagnaram na casa das 80 ton/ha. Em algumas safras, fechamos acima desse número, porém, na maioria das vezes, o balanço final de moagem apresentou valores bem inferiores”, afirma o gerente de marketing do CTC, Luiz Paes.

Nesta safra mesmo, observa Paes, o que tem sido visto no Brasil são quebras acentuadas de produtividade, que chegam a 12 toneladas de cana por hectare em certas localidades, como em algumas regiões de Goiás e no município paulista de São Carlos. “Muitos culpam o clima por esses números. Ele, de fato, é um fator redutor de produtividade, porém, não podemos ficar reféns disso”, alerta.

Opinião semelhante é a do gerente de marketing de cana Brasil da BASF, Cristiano Ortigosa Peraceli. Para ele, já virou comum no setor falar que, se teve produtividade é porque choveu, e se não teve, é porque não choveu. “Se isso é verdade, onde fica o trabalho técnico de implantação de novas tecnologias conduzido pelas multinacionais e institutos de melhoramento genético?”

De acordo com Peraceli, o setor já conta com uma ampla gama de tecnologias que conseguem alavancar a produtividade da cultura mesmo sob condições climáticas não tão favoráveis. “O que precisamos agora é provar para o produtor que, independente do clima, é possível aumentar a produtividade de suas áreas.”

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