Em algumas regiões, o envelhecimento do canavial anulou ganho com o aumento da produtividade
05-05-2015

As chuvas que caíram nas regiões canavieiras do Centro-Sul entre fevereiro e março deste ano foram comemoradas por Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar). “O resultado foi que melhorou a produtividade média em todos os estágios da colheita.”

Mas ele reconhece que não haverá um salto significativo na produtividade média dos canaviais em relação à safra passada. “Houve redução significativa da cana bisada e da cana colhida em primeiro corte, e por outro lado existe grande percentual de cana a ser colhida em terceiro e quarto corte.”
Segundo Padua, novamente as usinas não fizeram a reforma dos canaviais num patamar próximo ao ideal. “Este é outro fator que pode fazer crescer de novo a oferta de cana, porque haverá o incremento da área de colheita, que pode chega a 2%.”
Em contrapartida, o canavial do Centro-Sul ficou mais velho, na média, porque a renovação foi baixa. “Se renovou pouco em cana de ano e meio. A média de renovação ideal é de 18%, mas o que deve acontecer nesse ano é uma renovação de 14% e no ano que vem talvez seja menor ainda.”
Se o canavial envelhece, não há efeito positivo sobre a produtividade média. “O envelhecimento do canavial ‘comeu’ o aumento da produtividade em algumas regiões em até 3%.”
Mas por que produtores e usinas têm renovado menos os canaviais? De acordo com Padua, é por uma soma de fatores. “Muitas empresas não têm condição financeiras adequadas de renovação. Outras tiveram por dois anos seguidos problemas climáticos, inclusive prejudicando o desenvolvimento das mudas.”
Ele tem observado que, anualmente, tem havido uma redução do nível de renovação de cana de ano e meio. Por outro lado, tem crescido a cana de inverno e a cana de ano.

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