Em busca da ATR perdida
21-11-2016
Quando a cana era colhida 100% queimada, a média era de 145 kg de ATR. Hoje, muitas usinas convivem com médias de 130, 133 kg
Clivonei Roberto
A produção de açúcar será o foco do setor sucroenergético nos próximos anos, uma vez que o estoque mundial do produto deve se manter baixo pelos próximos cinco anos, segundo especialistas. E o Brasil, maior produtor e responsável por 50% das exportações dessa commodity, tem grande importância neste cenário.
Além de aumentar a produção de açúcar para atender a demanda mundial que cresce ao ritmo de 2% ao ano, o setor precisa produzir com mais qualidade. Para isso, a professora Márcia Mutton, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Jaboticabal, destaca que a produção de açúcar depende de um conjunto de boas práticas, tanto na agrícola como na indústria. Esse conjunto favorece o aproveitamento do potencial que determinada matéria-prima possui e possibilita que na indústria se consiga recuperar e transformar esse potencial em açúcar de qualidade.
No campo, entre as boas práticas na produção da matéria-prima estão a manutenção de canavial e o controle adequado de pragas. Itens que têm sido muitas vezes relegados ao segundo plano, o que traz consequências sérias ao processo de fabricação do açúcar.
O potencial da variedade, para que possa ser expresso, exige adubação adequada e no momento certo. Pragas precisam ser controladas para que não representem ameaça de dano às plantas e redução dos colmos industrializáveis.
As pragas, quando não bem controladas, levam metabólicos para dentro da indústria, o que resulta em floculação na fermentação, em morte de levedura, menor teor alcoólico, afetando eficiências e rendimentos, tanto para açúcar como para etanol.
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