Em dois anos, setor perde 370 milhões de sacas de açúcar, o equivalente a R$ 15 bi
04-05-2015

Se esse cálculo considerasse os últimos seis anos, a perda em 2014 chegaria ao equivalente a quase uma safra do Centro-Sul


Andréia Moreno, da MBF Agribusiness

O setor sucroenergético deixou de ganhar com a descapitalização e a falta de tratos culturais na lavoura canavieira ao longo dos últimos anos de crise e perdeu grande volume de açúcar, que se contabilizado, representa R$ 15 bilhões. Essa é a conclusão do estudo de Jair Pires, diretor executivo da MBF Agribusiness, que aponta as perdas industriais e agrícolas ao longo dos últimos anos. “Considerando a queda de produção em volume de cana e açúcar nos últimos dois anos (ápice da crise), o setor registra perda equivalente de 370 milhões de sacas de 50 kg (R$ 15 bilhões), sendo o faturamento bruto, a preços atuais, na ordem de R$ 65 bilhões por safra”, confirma.
Segundo o especialista, se esse cálculo considerasse os últimos seis anos, (período de crise), a perda em 2014 chegaria a 410 milhões de toneladas de cana, ou o equivalente a quase uma safra do Centro-Sul, em uma área cultivada de 9 milhões de hectares. “Em açúcar, o Brasil perderia 25,7 milhões de toneladas no período, 3,7 bilhões de litros de anidro e 10,3 bilhões de litros de hidratado”, afirma.
Pires ainda admite que a produção de açúcar por hectare que está hoje em 8,6 toneladas, deveria estar acima de 10 toneladas, para gerar um resultado satisfatório.
Ao considerar uma média nacional de 81,5 t de cana/ha, comparando-se com as 71,3 t/ha médias estimadas na última safra 2014/15, por meio de um estudo comparativo, a MBF chegou a uma perda de 12,52%. “Se a média imaginária como ideal prevalecesse e a qualidade da cana fosse entre 128 a 130 kg de ATR por tonelada, teríamos hoje uma produção superior a 700 milhões de toneladas de cana produzidas no país”, revela Pires.
Já nas últimas quatro safras, o rendimento industrial em Unicop (sc/tc) reduziu 6%, atingindo 2,53 sc/tc. Entre as safras 2002 e 2007, o rendimento atingiu 2,67. “As últimas quatro safras não apresentaram crescimento na produção de açúcar e etanol”, diz.

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