Em relação ao mercado, o setor sucroenergético tem poucos motivos para reclamar da safra 2020/21
26-01-2021

Apesar da expectativa desanimadora no início da pandemia da Covidi-19, o cenário mudou e o ciclo 20/21 terminará de forma positiva

Do ponto de vista de mercado, o setor sucroenergético não tem muito do que reclamar. Apesar da expectativa desanimadora no início da pandemia da Covidi-19, o cenário mudou o ciclo 20/21 terminará de forma positiva. Doze milhões a mais de toneladas de açúcar devem ser produzidas até o final da safra em comparação com 2019/20, totalizando cerca de 38 milhões de toneladas. Esse volume fez com que o Brasil resgatasse parte de seu “share” perdido no mercado mundial nos últimos anos, já que 70% dessa produção é enviada para o exterior.

As vendas para o mercado interno também foram positivas, mesmo com queda da comercialização no varejo, que foi compensada pelo maior volume ofertado ao mercado industrial. “A desvalorização cambial favoreceu grandemente os preços do açúcar. Portanto, foi um ciclo bastante favorável para a commodity, seja na demanda, produção, exportação e volume de vendas ao mercado interno”, comenta diretor-técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues.

Já o mercado carburante sofreu um pouco mais em 2020. A queda na demanda por combustíveis do Ciclo Otto (etanol + gasolina) foi na ordem de 10,3%. O maior prejudicado foi o etanol hidratado, com uma retração de 16,8%. No entanto, Padua relata que, apesar dessa queda, o biocombustível obteve uma participação importante na matriz de combustível do Ciclo Otto, na ordem de 47%.

“Se de um lado o etanol perdeu espaço nas bombas, por outro, ganhou representatividade no mercado para fins não carburantes, demandado para desinfecção e assepsia. Além disso, registramos um forte aumento na exportação de etanol hidratado. Esses fatores foram decisivos para aliviar os impactos decorrentes da queda na demanda do biocombustível no mercado interno.”

Fonte: CanaOnline