Em 1991, as variedades RB ocupavam 9% da área cultivada com cana no país; hoje estão em 68%
05-11-2015

Hoje as variedades RB ocupam, de longe, a maior área plantada de cana no país. O crescimento da utilização destes materiais pelos produtores do país coincide com o período de criação da RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético), em 1991. 

“Ao analisarmos nossa história de 25 anos de pesquisa, com trabalhos que iniciaram em 1991, a nossa participação era inferior a 9% da área cultivada no Brasil”, diz Edelclaiton Daros, coordenador nacional da Rede.
Segundo ele, os pesquisadores dos programas de melhoramento que fazem parte da RIDESA passaram a buscar variedades que contribuíssem para o setor em momentos de dificuldades, “com liberações de variedades rústicas, com liberação de variedades hiperprecoces para ampliar o período de safra, com liberação de variedades tolerantes a novas doenças e com boas produtividades, mesmo diante de desafios como foi a chegada da colheita e do plantio mecanizados”.
“Após todo esse período de intensos trabalhos, estamos participando com 68% da área cultivada com variedades RB no país”, frisa Daros.

INÍCIO DA RIDESA

A trajetória da RIDESA começou quando uma canetada do então presidente Fernando Collor de Melo extinguiu, em 1990, o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA). Autarquia criada em 1933 pelo presidente Getúlio Vargas, a instituição tinha o objetivo de orientar, fomentar e realizar o controle da produção de cana, açúcar e etanol no território nacional. Premissa que redundou na criação, em 1971, do Planalsucar (Plano Nacional de Melhoramento da Cana-de-açúcar) – órgão ligado ao IAA voltado ao desenvolvimento de novas variedades e que tinha o objetivo de contribuir com o aumento da produtividade da atividade canavieira no país.
A extinção do IAA detonou mudanças profundas no setor sucroenergético, obrigando-o a buscar alternativas para caminhar por conta própria.
O fim do Instituto também provocou o término dos trabalhos do Planalsucar, que já tinha uma história de quase vinte anos de contribuição ao setor. Sob a sigla RB, o órgão já havia liberado 19 variedades e muitas outras pesquisas estavam em curso em 1990. No entanto, a interrupção do Planalsucar deixava órfão um projeto de melhoramento de cana-de-açúcar que foi fundamental para a consolidação do Proálcool, instituído em 1975.
Mas tudo o que havia sido construído a partir do Planalsucar não poderia se acabar. Com apoio de parte significativa do setor sucroenergético, foi articulada a criação da RIDESA, composta inicialmente por uma rede firmada por convênio entre sete universidades federais (UFPR, UFSCar, UFV, UFRRJ, UFS, UFAL e UFRPE). Estas instituições eram localizadas nas áreas de atuação do extinto Planalsucar, do qual foi absorvido todo corpo técnico e infraestrutura das sedes das coordenadorias e estações experimentais do antigo órgão do IAA.

COMEMORAÇÃO DOS 25 ANOS
Para celebrar a história da RIDESA, acontece no próximo dia 25 de novembro, no Hotel JP, em Ribeirão Preto, um Encontro Nacional em que, além de serem liberados novos materiais, serão comemorados os 25 anos da RIDESA e os 45 anos das Variedades RB.

“Este evento marca a nossa festa de 25 anos de parceria do setor público com o privado, que deu muito certo e com resultados extremamente positivos. Festejamos também os 45 anos de variedades RB de cana-de-açúcar, evidenciando que a continuidade da pesquisa dentro das Universidades foi extremamente exitosa”, pontua Daros.

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