Em 2014, mais de sete mil empresas emitiram relatórios de sustentabilidade
03-09-2015

A economia brasileira enfrenta uma grave crise. Mas períodos difíceis da economia ficam para trás. O que não passará é uma tendência que ganhou força nos últimos anos no mundo empresarial brasileiro: a sustentabilidade corporativa. 

Para Maurício Antônio Lopes, presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a sustentabilidade entrou de forma definitiva na agenda da sociedade. “De conceito vago, tornou-se um imperativo para o sucesso das empresas, que precisam, cada vez mais, entregar valor e não apenas mercadorias para a sociedade.”
Ele lembra que Sustentabilidade, apesar de intangível, sem existência física, é hoje um valor essencial, que se converte em ativo e vantagem competitiva no mundo dos negócios. Isto porque "sustentabilidade corporativa" requer negócios amparados em boas práticas de governança e benefícios sociais e ambientais, influenciando ganhos econômicos e promovendo a competitividade e o sucesso das organizações.
Lopes relata que o número de empresas que emitem relatórios de sustentabilidade cresceu de menos de 30 no início dos anos 1990 para mais de 7.000 em 2014. “Ao operar assim, as empresas elevam a sua capacidade de competir em mercados cada vez mais exigentes e desafiadores. E, de quebra, ampliam a sua perenidade, em virtude do fortalecimento da marca, da reputação e da credibilidade.”
Inclusive, no setor sucroenergético, a Usina São Manoel tornou-se um exemplo de sustentabilidade corporativa, tendo lançado recentemente seu quinto relatório correspondente às safras 2012/13 e 2013/14, desenvolvido pela equipe da Terragrata Consultoria em Responsabilidade Social.
Outras empresas do agronegócio também se despertaram para a necessidade de publicarem periodicamente um relato de sustentabilidade. E instituições e órgãos públicos também descobriram a importância para a gestão da elaboração deste documento. Tanto que no final de 2014 a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, de forma pioneira, apresentou à sociedade seu relatório de sustentabilidade correspondente aos últimos anos.

BIOECONOMIA
Como a população cresce em número e em capacidade de consumo, também cresce o desejo de que a economia utilize mais recursos de base biológica, recicláveis e renováveis, logo mais sustentáveis. Essa é a base da bioeconomia.
O sofisticado embasamento técnico da biotecnologia moderna já possibilita a criação de imensa gama de novos produtos e processos, tais como energia renovável, alimentos funcionais e biofortificados, biopolímeros, novos materiais, medicamentos e cosméticos. Isso faz com que o Brasil tenha uma janela de oportunidade para participar de maneira significativa desse desafio.
“Com a bioeconomia podemos transformar e dinamizar segmentos essenciais como a agricultura, que já posiciona o Brasil na vanguarda da produção de alimentos, fibras e energia no mundo. Os avanços em tecnologia de biomassa permitem antever um futuro em que as usinas de açúcar e álcool brasileiras se transformem em biorrefinarias, produzindo ampla linha de químicos renováveis”, relata Lopes, lembrando que a Embrapa já domina a tecnologia de biofábricas, com produção de fármacos e componentes industriais sofisticados em células vegetais.
Além disso, ele destaca que sistemas integrados combinando lavouras, pecuária e floresta permitirão ao Brasil produzir carne, grãos, fibras e energia com emissões líquidas de carbono muito baixas ou, em algumas situações, com captura maior que emissão.

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