Em 2016, em Alagoas, cem mil hectares de cana serão substituídos por grãos, eucalipto ou pastagem
15-09-2015

Cada vez mais, a cana perde força em Alagoas, o maior estado produtor de cana da região Nordeste. Alagoas já contou com 37 usinas, mas na safra passada apenas 20 moeram, a produção caiu de 30 milhões de toneladas para 23 milhões de toneladas. Na década de 90, a área plantada com cana eram 530 mil hectares de cana plantada. Atualmente, são 400 mil.

A redução da lavoura canavieira em Alagoas, deve-se a longa crise do setor e ao fim anunciado da queima nas áreas de topografia acidentada. Assim, os produtores buscam por alternativas mais remuneradoras. O cultivo de eucalipto nas regiões de encostas tem sido uma das alternativas à cana. O pioneiro nessa ação foi o Grupo Carlos Lyra, que iniciou o cultivo de eucalipto há três anos. A empresa decidiu utilizar a madeira na produção de móveis. Atualmente, são 4,5 mil hectares de eucalipto cultivados em áreas de encosta da Unidade Cachoeira, localizada na zona rural de Maceió.

O grupo sucroalcooleiro fez uma parceria com a indústria de madeira Duratex, criando uma nova empresa, a Caetex. O plano é expandir a área atual com eucalipto para 13,5 mil hectares até 2021. O projeto contempla também a construção de uma fábrica de móveis. O grupo Carlos Lyra tem moagem por safra de 5 milhões de toneladas de cana em Alagoas e 2,5 milhões no Estado de São Paulo.

Mas, mesmo nas regiões dos tabuleiros, onde a cana é um tapete e as colhedoras podem desfilar harmoniosamente, a cana está perdendo espaço, no caso, para os grãos: milho e soja. Se as condições edafoclimáticas alagoanas não eram apropriadas para o cultivo de grãos, as pesquisas de melhoramento genético desenvolvidas pela Embrapa Tabuleiros Costureiros, mudaram a situação.

Para apresentar as variedades de grãos adaptadas para o clima alagoano, a entidade implementou unidades demonstrativas de milho e soja e realizou, em 8 e 9 de setembro, dois Dias de Campo, um na fazendaNova, no município de Capela,onde os produtores conheceram 25 variedades de milho, e o outro na fazenda Santo Antonio, em São Miguel dos Campos, para apresentar 48 variedades de soja. Todas essas variedades foram testadas pelos pesquisadores e várias serão validadas como produtivas para as condições de clima e solo da região.

Já em 2016, segundo Hibernon Cavalcante, superintendente da Secretaria de Agricultura de Alagoas e coordenador da Comissão de Incentivo à Produção de Grão, criado em janeiro deste ano, acredita-se que cem mil hectares de cana serão substituídos por grãos, eucalipto ou pastagem.

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