Embrapa realiza pesquisas com irrigação de cana no Cerrado
26-02-2015

Usina Jalles Machado é uma dasusinas parceiras dos estudos da Embrapa Cerrados em Goiás

A expansão do setor sucroalcooleiro, com crescimento na última década de 379% da área plantada na região Centro-Oeste, passou a exigir o desenvolvimento de tecnologias apropriadas ao manejo da cana-de-açúcar no Cerrado. Desde 2009 uma equipe multidisciplinar da Embrapa Cerrados (Brasília, DF) desenvolve experimentos em usinas localizadas nos estados de Goiás, Minas Gerais e Tocantins com o objetivo de ajustar as pesquisas às necessidades do setor produtivo.
A melhoria da produtividade e redução do custo de produção são as principais demandas das usinas da região Centro-Oeste. A produtividade de colmos na região do Cerrado é inferior à registrada no estado de São Paulo que responde por 53% da área plantada com cana-de-açúcar no País. No período de 2009 a 2013, a produtividade média de colmos no Centro-Oeste foi de 77 toneladas por hectare e de 82 toneladas por hectare em São Paulo.
As pesquisas em irrigação da cana-de-açúcar, com experimentos em andamento na Embrapa Cerrados e na usina Jalles Machado (Goianésia, GO), mostram o grande potencial desta prática na elevação da produtividade da cultura no Cerrado. Com a irrigação, a cana-planta atinge produtividade de colmos de até 255 t/ha, e a primeira soca de até 220 t/ha para as melhores variedades, índices muito superiores à média da região centro-sul do país. Em termos de produtividade de açúcar, o sistema irrigado tem atingido 38 t/ha, enquanto a região centro-sul produz em média 12 t/ha.
Expansão das pesquisas – As parcerias nas pesquisas com cana-de-açúcar no Cerrado são fundamentais. Tanto para a Embrapa quanto para o setor produtivo. “A carência do setor produtivo nesta área é muito grande. A Embrapa veio ocupar uma lacuna, pois temos poucas instituições trabalhando na pesquisa agronômica básica. A maioria desenvolve pesquisa em melhoramento genético da cultura”, declarou Patrícia Fontoura, que já foi gestora da usina Jalles Machado e atualmente é coordenadora de Processos Agrícolas da usina SJC Bioenergia, do Grupo São João/Cargill, em Quirinópolis- GO.
Antes da parceria com a Embrapa, de acordo com Patrícia Fontoura, era o próprio corpo técnico da usina que fazia as pesquisas agronômicas. “Muitas vezes, chegava-se a conclusões errôneas por não ter o knowhow e a experiência em pesquisa como a Embrapa”, comentou. Os experimentos em conjunto já foram responsáveis por algumas mudanças nas usinas, principalmente ao que se refere à fertilidade do solo (aplicação de gesso e adubação fosfatada) e ao manejo de irrigação.

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