Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia tem novo comando em Brasília
27-08-2025

Unidade é considerada estratégica para a biotecnologia e a conservação genética no Brasil
Em cerimônia realizada no Auditório Irineu Cabral, na sede da Embrapa, em Brasília, o pesquisador Ricardo Alamino Figueiredo foi empossado como novo chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen). Ele substitui Priscila Grynberg, que esteve à frente da gestão interina da unidade.
O evento reuniu autoridades federais e distritais, parlamentares, dirigentes da Embrapa, representantes acadêmicos, organismos internacionais e associações do setor agropecuário. A mesa solene contou com a presença da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, e das diretoras Selma Beltrão e Ana Euler, além dos deputados federais Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Érica Kokay (PP-DF).
Em seu discurso de despedida, Priscila Grynberg destacou os desafios de comandar a unidade em caráter temporário, em um momento de fragilidade no clima organizacional. Apesar disso, ressaltou avanços importantes, como a retomada dos Workshops de Pesquisa e Desenvolvimento, a realização do Talento Estudantil, a comemoração dos 50 anos da Unidade em 2024, a assinatura de acordos de cooperação técnica e o fortalecimento da comunicação interna.
Ela também mencionou o lançamento de três bioinsumos no mercado brasileiro e a recuperação do espaço Caminho Sustentável, de integração com a comunidade. “Foi um período de aprendizado intenso, marcado por decisões estratégicas e fortalecimento do espírito de comunidade. Saio convicta de que deixamos o Cenargen preparado para os próximos desafios”, afirmou.
Compromissos da nova gestão
Ao assumir o cargo, Ricardo Alamino afirmou que sua gestão será marcada pela valorização de pessoas, pela inovação científica e tecnológica e pela maior integração entre ciência e sociedade.
“Vivemos um período de rápidas transformações, com pressões geopolíticas, mudanças climáticas e insegurança alimentar. O papel da pesquisa agropecuária é garantir sustentabilidade, alimentos seguros e rastreáveis, além de soluções inovadoras que mantenham o Brasil na liderança da agricultura tropical”, disse.
Ele defendeu uma gestão participativa e mais ousada na busca por resultados de impacto, com ênfase em transformação digital, ciências ômicas, edição gênica e uso de inteligência artificial aplicada à agropecuária. Alamino também apresentou os novos chefes-adjuntos da unidade: João Henrique Moreira Viana (Pesquisa e Desenvolvimento), Sílvia Onoyama Mori (Transferência de Tecnologia) e Leonardo Nunes Fonseca (Administração).
“Somos guardiões de um dos maiores acervos de recursos genéticos do mundo. Cabe a nós proteger essa riqueza, transformá-la em conhecimento e em soluções concretas para agricultores familiares, comunidades tradicionais e para o agronegócio de ponta”, destacou.
O deputado Rodrigo Rollemberg classificou o Cenargen como o “coração da Embrapa”, destacando o papel do banco de germoplasma na agricultura tropical. “O Brasil tem a maior biodiversidade do planeta. Não faria sentido não sermos autoridade internacional depositária de microrganismos. Cabe à Embrapa transformar essa riqueza em soluções para uma agricultura mais sustentável e resiliente”, afirmou.
Já a deputada Érica Kokay ressaltou a resiliência da Embrapa diante de cortes orçamentários e ataques à ciência. “Defender a Embrapa é defender democracia, soberania nacional e o direito à alimentação. Esta instituição é patrimônio do povo brasileiro”, declarou.
A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o papel estratégico do Cenargen diante de transformações globais. “Vivemos um período de mudanças climáticas, novas demandas nutricionais e exigências por alimentos rastreáveis. A unidade guarda e multiplica o patrimônio genético do Brasil e projeta o futuro com inovação em biotecnologia e sustentabilidade”, disse.
Segundo Silvia, o Cenargen tem potencial de se consolidar como referência internacional. “Os desafios que enfrentamos não podem ser resolvidos isoladamente. Precisamos fortalecer redes de pesquisa, compartilhar dados e tecnologias. A agricultura tropical brasileira pode ser sustentável, competitiva e socialmente responsável, e o Cenargen é peça-chave nesse processo”, concluiu.