Empresa endividada deve reformar o canavial em 2017, ou deixar a cana em pé para enviar à indústria?
17-11-2016

O ano de 2016 foi de pouca reforma de canavial. No começo, João Paulo Botelho, analista de mercado da FC Stone, lembra que a renovação do canavial foi abaixo do ideal, tanto por fatores climáticos como por dificuldades financeiras de usinas e produtores. Inclusive, quanto aos tratos culturais, também faltou recurso para a realização do melhor tratamento da lavoura.

“Acredito que para o ano que vem tenhamos melhora, especialmente dos tratos. Também haverá crescimento significativo da renovação dos canaviais no próximo ciclo de plantio, mas até pela natureza da cultura, será difícil tirar o atraso em apenas um ano.” Mas já é um começo importante, uma vez que o ritmo de envelhecimento dos canaviais começará a ser modificado.

Será prioridade geral do setor renovar seus canaviais mais antigos? Agronomicamente deveria ser, mas há usinas e produtores que têm feito uma análise bem cuidadosa, já que o canavial que em 2017 será destinado à renovação deixará de ser colhido e transformado em produtos. Bem como parte da cana-planta terá de ser usada como mudas para as áreas renovadas. Neste caso, vale lembrar que a perspectiva é que no próximo ano o nível de rentabilidade da atividade continue muito bom.

Por isso, há quem esteja pensando em deixar parte dos canaviais velhos em pé por causa dos preços. “Essa é uma jogada, mas o produtor tem que analisar bem para ver se vale a pena”, observa Botelho. Segundo ele, tomarão esta decisão as empresas que estiverem olhando mais para o curto prazo, mesmo que isso prejudique a eficiência da lavoura em médio e longo prazo.

“Não é ideal fazer trabalho dessa forma, mas é preciso entender que há empresas em situação de dívida complicada, com dívida grande, e não vai ter opção. Terá que priorizar a geração de caixa de curto prazo para fazer frente a esses compromissos”, destaca o analista.

Mas será que este produtor, que está pensando bem se irá reformar, terá mesmo cana para enviar à indústria? Se a prioridade for o curto prazo, todo esforço terá de ser para aumentar a cana disponível.

Para o próximo ano, é possível que o investimento em tratos culturais da cana-de-açúcar na entressafra possam ajudar os canaviais, mas “em grande medida o que poderia ser feito para aumentar a disponibilidade de cana já foi feito”, relata. Além de torcer para que o clima seja favorável ao desenvolvimento da matéria-prima.

Neste momento de melhor remuneração para os produtos do setor, veja o que usinas e produtores devem priorizar na Editoria Holofote, da próxima edição da Revista CanaOnline.

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