Empresários brasileiros buscam tecnologias e prospectam oportunidades em feira na Itália
11-11-2016

Em Bologna, na Itália, acontece nesta semana a 42ª EIMA International, uma das maiores feiras do mundo de máquinas e equipamentos agrícolas. A equipe da CanaOnline, que faz a cobertura do evento, tem encontrado alguns empresários brasileiros visitando e fazendo negócios no evento.

Um dos empresários integrantes da delegação brasileira na 42ª EIMA é o superintendente da KBM Equipamentos Agrícolas, Marco Antonio Martins. Embora sua empresa tenha tradição em equipamentos para o segmento de amendoim, Martins conta que o principal motivo que o levou à Feira deste ano foi o de buscar tecnologia italiana para fabricar, no Brasil, uma transplantadora de mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar. “Recentemente, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) nos procurou e pediu para que desenvolvêssemos essa tecnologia, já que a produção e a qualidade dessas máquinas no país estão muito aquém do necessário.”

E, para Martins, nada melhor do que buscar, na Itália, essas tecnologias. “As empresas italianas possuem ampla expertise na fabricação de transplantadoras, largamente utilizadas por produtores europeus para transplantar mudas pré-brotadas de diversas hortaliças, como alface, por exemplo.”

Uma das possíveis parceiras da KBM nessa empreitada poderá ser a italiana Ferrari Costruzioni Meccaniche, que já possui grande experiência nesse mercado, inclusive com transplantadoras de hortaliças vendidas para o Brasil.

INTERCÂMBIO TECNOLÓGICO
2016 não é, porém, a primeira vez que Marco Antonio Martins visita a Itália a fim de conhecer um pouco mais das tecnologias ofertadas pelas empresas locais. Em 2015, o empresário também fez parte do grupo brasileiro que visitou a Expo Milão e que aproveitou a oportunidade para fazer uma rápida viagem à cidade de Bologna a fim de visitar as fábricas de máquinas e equipamentos agrícolas e participar de reuniões B2B com diversas companhias do país. “Na ocasião, 28 empresas tiveram o interesse em conversar conosco. Com uma delas, inclusive, a Comer, iniciamos uma parceria para o uso de algumas bombas de transmissão nas nossas colhedoras de amendoim.”

Para o superintendente, essas reuniões e visitas foram de grande valia, pois, até então, o empresário não conhecia a qualidade industrial das empresas italianas. “Porém, consegui constatar logo de início a qualidade de ponta encontrada nos parques industriais desse país.”

Martins conta, ainda, que possui contratos de compra de peças com outras empresas italianas. Segundo ele, o valor do câmbio pode chegar a assustar no início, porém, seu objetivo é exportar componentes da Itália e fabricar a máquina como um todo no Brasil, “o que acaba deixando o negócio muito mais atrativo financeiramente falando”.

CUBO REDUTOR

Há cerca de quatro anos, o diretor da Agrimix, Geraldo Rosa, viajou para a Itália a fim de buscar alguma empresa italiana que pudesse auxiliar no desenvolvimento de um cubo redutor para as colhedoras de cana-de-açúcar do Brasil. Após diversas reuniões, uma parceria foi firmada com a Multinacional Comer, possuidora de grande know-how na fabricação desse tipo de equipamento. “Até então, no Brasil, existia apenas uma marca que dominava esse mercado, sendo que as usinas nao estavam tão satisfeitas com sua qualidade. Procuramos, portanto, desenvolver esse cubo para que possa existir mais uma opção para os empresários brasileiros.”

Rosa explica que a opção por uma empresa italiana se deu devido ao grande know-how acumulado por elas. “A Comer é uma gigante nesse meio, sendo responsável pelos cubo redutores das colhedoras Caterpillar. Além disso, a Comer fabricou, com exclusividade para nós, um cubo redutor especialmente feito para o uso em colhedoras de cana, ao contrário do que muitas empresas fazem, que é adaptar uma peça de outra máquina.”

E, embora o cubo redutor tenha sido lançado apenas recentemente, Geraldo Rosa já partiu novamente para a Itália, desta vez para a EIMA International, a fim de buscar parcerias com empresas fabricantes de materiais rodantes. “As companhias italianas possuem muito know-how nessa área, sendo que essa peça, possuidora de grande sinergia com os cubos redutores, viria completar ainda mais nosso portfólio de soluções agrícolas.”

ALAVANCAR NEGÓCIOS E INCREMENTAR O COMÉRCIO EXTERIOR

Também de Ribeirão Preto, o empresário Jefferson Duarte partiu rumo ao município de Bologna, na Itália, para buscar novos negócios e parcerias entre as empresas italianas e a Overcomex, companhia da qual é diretor e que age como gestora de processos de comércio exterior da Gascom, líder no mercado de equipamentos para apoio logístico operacional. Atualmente, a Gascom fornece equipamentos para diversos setores, porém, é para o setor canavieiro que a maioria dos esforços são direcionados, ja que ele responde por cerca de 70% dos negócios da Empresa.

“Nossa ida ate a feira foi puramente para alavancagem dos nossos negócios, sendo que escolhemos a Itália pela qualidade dos produtos oferecidos e também pela credibilidade das empresas locais.” Duarte explica que, embora os preços praticados sejam maiores, o que pesa, no final, é a qualidade. “Atualmente, trabalhamos com um portfólio padrão de produtos, porém, os equipamentos podem ser personalizados segundo a necessidade de cada cliente, o que faz com que sempre estejamos a busca por peças que possam nos ajudar a incrementa-los cada vez mais.”

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