Encruzilhada do milho vai aumentar sem tração do etanol, da ração e das exportações
29-04-2020

Fraca demanda por etanol é um dos gargalos para escoamento do milho em preços compensadores (Imagem: Reuters/Marcelo Teixeira)
Fraca demanda por etanol é um dos gargalos para escoamento do milho em preços compensadores (Imagem: Reuters/Marcelo Teixeira)

Os negócios com o milho estão numa encruzilhada que a cadeia toda está sentindo e deverá sentir ainda mais ainda em pouco tempo. Não há mercado exportador compensando e os compradores internos estão com demanda reprimida.

As indústrias de ração não têm demanda com a queda do consumo de carnes, impactando as granjas, e o etanol de milho bate com a sobra do etanol de cana, arrastados pelo petróleo em queda, gasolina mais competitiva e também procura fraca nas bombas. Há informações de indústrias tentando revender milho estocado ou aquele comprado antecipadamente.

O efeito cascata, originado da estagnação proporcionada pela pandemia, começa nos Estados Unidos, maior produtor mundial. A forte queda do etanol pressiona o cereal, que tenta manter o suporte (já baixo) de US$ 3 o bushel na bolsa de commodities de Chicago (CBOT).

Com o agravante de que a oferta brasileira de inverno está para começar a entrar e o analista Vlamir Brandalizze prevê uma boa safra dos Estados Unidos, a começar pelo andamento do plantio em já 27% do total de área, contra 12% na mesma semana do ano passado.

Giovanni Lorenzon

Fonte: Money Times