Endividamento e problemas operacionais marcam próxima safra sucroenergética
26-02-2015

Dívida do setor supera R$ 60 bilhões

Andréia Moreno, da MBF Agribusiness

A partir de 2008, o setor sucroenergético teve agravada uma crise operacional e financeira, que já era anunciada devido ao alto grau de endividamento das empresas, crise que se estendeu para toda cadeia produtiva. Em Sertãozinho, uma das cidades mais atingidas no interior de São Paulo, em três meses registrou cerca de 2,2 mil demissões, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). De acordo com pesquisa da MBF Agribusiness, consultoria de Sertãozinho, especializada no agronegócio, até o momento 67 usinas encontram-se em recuperação judicial e as perspectivas ainda não são animadoras. Segundo a Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), desde 2008, cerca de 80 unidades já fecharam suas portas e em 2015, mais nove usinas poderão encerrar suas atividades devido a grave situação financeira.
“A recuperação do setor será lenta. Carrega um alto endividamento e problemas operacionais sérios, como baixa produtividade agrícola e elevados custos por falta de investimentos na recuperação dos canaviais, dos equipamentos industriais e infraestrutura de apoio agrícola. Ainda não é possível prever com qualidade o que será da nova safra em relação à produtividade agrícola, mas tende a ser próxima ou menor que a safra que se encerra. Não houve o volume de investimento agrícola que se anuncia no mercado, até mesmo porque muitas empresas aguardam a liberação de recursos das linhas subsidiadas do BNDES. Há muito marketing sobre as linhas de crédito e pouca efetividade na distribuição dos valores”, revela Marcos Antonio Françóia, diretor da MBF Agribusiness.
Ele lembra que a dívida do setor sucroenergético em 2014 atingiu R$ 60 bilhões e R$ 91,03/tonelada.

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