Energia mais cara. Novos aumentos previstos. E, mesmo com menor custo, a energia da cana é esquecida
02-03-2015

As contas de luz no Brasil aumentam em média, 23,4% a partir desta segunda-feira (2), quando começa a vigorar a revisão extraordinária aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta sexta-feira (27).

Para os consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a alta vai ser de 28,7%, na média, 4,5 vezes maior que a aplicada para aqueles que vivem em estados do Norte e Nordeste, que será de 5,5%, também na média.
Essa diferença ocorre porque os consumidores das três primeiras regiões terão mais custos para cobrir com essa revisão extraordinária. Um exemplo é a energia gerada pela hidrelétrica de Itaipu, que atende a todo o país e foi reajustada em quase 50% em 2015, mas que é repassada apenas às contas de luz de moradores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
As revisões extraordinárias aprovadas na última sexta são um aumento extra nas contas de luz, aplicado quando há risco de desequilíbrio nas contas das distribuidoras. Portanto, os consumidores podem esperar por nova alta em suas tarifas ao longo de 2015, pois a Aneel ainda vai autorizar o reajuste ordinário, aquele que já ocorre uma vez por ano.
A Aneel aprovou a previsão de orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para 2015. E determinou que os consumidores paguem, via contas de luz, R$ 22,06 bilhões para o fundo.
O dinheiro vai financiar, entre outras ações, o programa Luz para Todos, o
subsídio à tarifa de famílias de baixa renda, combustível para usinas termelétricas do Norte do país e o pagamento de indenizações a empresas.
Consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste vão pagar 80% desse valor. Aos consumidores do Norte e Nordeste, será repassado 20% do total. A arrecadação dos R$ 22,06 bilhões será feita ao longo de 2015.
Apesar dos aumentos, o país corre o risco de ficar no escuro, precisa de mais oferta de energia, e a biomassa da cana é a alternativa mais eficiente: menor prazo, menor custo e é renovável. Mas para que a cana ilumine o país, são necessárias políticas públicas de incentivo. “A biomassa tem importância estratégica para o país”, lembra de Souza, gerente de bioeletricidade da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica). E os números deixam isso bem claro. Se em 2014 o setor sucroenergético gerou quase 21 mil GW/h para a rede, se todo o bagaço e palha fossem aproveitados pelas usinas seria possível gerar seis vezes mais energia do que este patamar de 21 GW/h.
Hoje, segundo ele, a biomassa tem capacidade ociosa na indústria que pode ser aproveitada para dar uma resposta ágil ao incremento de energia que o país precisa.
VEJA matéria completa na edição de fevereiro da CanaOnline, editoria Capa. Visualize no site ou baixe o aplicativo grátis para tablets e smartphones – www.canaonline.com.br