“Esta é a quinta safra consecutiva que não vamos chegar nem a 80 toneladas por hectare”, lamenta Ortolan
02-07-2015

Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) e da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), lembra que o setor sucroenergético no Centro-Sul até 2009 trabalhava com produtividade média em torno de 85 e 83 t/ha. Mas isto muito nos últimos anos. “Esta é a quinta ou sexta safra consecutiva que não vamos chegar a 80 toneladas e isso tem impacto no custo.” Problemas climáticos, mecanização acelerada, preços baixos. É um somatório de fatores que, ao longo do tempo, fez com que a produção caísse e o custo tivesse uma escalada contínua.

Enquanto a produtividade da cana retrocede, a de outras culturas vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. “Vemos que a produtividade da soja explodiu. Nesse ano de 2015 choveu bem no Sul, e conversando com alguns produtores, chegaram a colher por lá 90 sacos do grão por hectare. E olha que quando estudamos agronomia falávamos em 35, 40 sacos de soja por hectare”, diz Rogério Bremm Soares, gerente de planejamento agrícola da Bunge. Para ele, isso deve ser motivo de preocupação do setor, uma vez que “estamos há praticamente vinte anos em termos de produtividade no mesmo jeito, e até caindo. E a grande razão disso não é só dificuldade financeira. Acredito que está faltando usarmos mais a agronomia, que conhecemos, sabemos o que tem de fazer, pegar exemplo de outras culturas e acreditar nas tecnologias que temos disponíveis”.
Veja mais notícias na Revista CanaOnline, visualize no site ou baixe grátis o aplicativo para tablets e smartphones – www.canaonline.com.br.