Estoques de etanol no Centro-Sul se aproximam de 9,5 bilhões de litros
22-09-2020

Mesmo com a redução no consumo de combustíveis vista este ano, a desaceleração na produção de etanol e o início da recuperação da demanda fazem com que os estoques do biocombustível não estejam mais tão elevados na comparação com o mesmo período do ano passado.

Da Reportagem

Diário de Cuiabá

Em 1º de maio, o volume chegou a ser 114,02% maior; um mês depois, esta relação passou para 87,32%; em 1º de julho, foi para 40,5%, e, em agosto, para 26,61%.

Entre os maiores estados produtores de etanol do Brasil, o que registrou a maior elevação anual foi Mato Grosso, com 58,1% e 294 milhões de litros. Em contrapartida, o Paraná viu uma queda de 31,4%, mantendo 187 milhões de litros em estoque em 1º de setembro.

Em 1º de setembro, segundo números atualizados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as unidades do Centro-Sul mantinham em seus tanques 9,45 bilhões de litros do biocombustível, 16,25% a mais que os 8,13 bilhões registrados um ano antes.

Em relação à posição de quinze dias antes, o aumento é de 686,28 milhões de litros. No mesmo período, segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), as unidades do Centro-Sul produziram 2,16 bilhões de litros. Desta forma, a elevação nos estoques é equivalente a 31,8% do total produzido.

Ainda conforme a Unica, as vendas de etanol pelas usinas do Centro-Sul alcançaram 2,69 bilhões de litros em agosto. O montante representa uma queda de 13,3% na comparação com o valor registrado em igual período de 2019.

HIDRATADO - Do volume total nos tanques em 1º de setembro, a maior parte é de etanol hidratado, com 6,84 bilhões de litros – o que representa um aumento de 25,04% em relação ao visto um ano antes.

Já na comparação com a quinzena anterior, são 542,17 milhões de litros a mais. Considerando a produção de 1,5 bilhão de litros no período, o aumento equivale a 36,1% do total fabricado.

A maior parte deste estoque está localizada em São Paulo, estado que mais produz e consome etanol no Brasil: 3,72 bilhões de litros. Neste caso, o volume armazenado está 32,8% acima do registrado um ano antes, superando a média nacional.

ANIDRO - Enquanto os estoques de hidratado seguem bastante elevados em relação à posição vista um ano antes, os volumes de anidro atingiram um ponto de aparente equilíbrio. Em 1º de setembro, os tanques do Centro-Sul armazenavam 2,87 bilhões de litros do produto – um crescimento de 0,1% na comparação anual.

Em relação à quinzena anterior, a elevação foi de 145,11 milhões de litros. Levando em conta a produção de 659 milhões registrados no período, o aumento equivale a 22% do total fabricado.

De acordo com a Unica, as vendas de anidro no mercado doméstico somaram 794,85 milhões de litros em agosto, volume 2,6% inferior ante o mesmo mês de 2019. Desta forma, ainda que tenha ocorrido uma redução, a queda foi menos acentuada que no mercado de hidratado, de 20,54%.

Além disso, o etanol anidro também se beneficia do crescimento nas exportações, que foi de 6,28% em agosto, chegando a 306,34 milhões de litros. “A maior demanda por etanol no mercado externo e as vendas de álcool para outros fins atenuaram parcialmente o impacto da queda na demanda por combustíveis no mercado interno”, afirma o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

Nos estados, o maior volume armazenado de anidro se encontra em São Paulo, com 1,86 bilhões. Neste caso, os estoques estão 1,07% abaixo do registrado em 1º de setembro de 2019.

Além de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso também apresentaram redução no volume armazenado do renovável. Por sua vez, Goiás e Mato Grosso do Sul tiveram aumentos na comparação anual.