Estratégia de comercialização garante lucro da Raízen
03-06-2020

A decisão de concentrar as vendas de açúcar e etanol no último trimestre da safra passada (2019/20), de janeiro a março, garantiu à Raízen Energia - joint venture entre Cosan e Shell e líder do segmento no país e no mundo - lucro líquido e resultado operacional recorde no período, mesmo já em meio à pandemia.

A estratégia de comercialização garantiu que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado alcançasse R$ 1,5 bilhão no intervalo, o maior valor trimestral da história, conforme os números apresentados no balanço da Cosan - a Raízen ainda não divulgou seus números.

Na contabilização dos resultados da joint venture em seu balanço, a Cosan reconheceu um lucro líquido trimestral da Raízen Energia de R$ 284,3 milhões, ante R$ 38,4 milhões de janeiro a março do ciclo anterior.

Os impactos negativos da pandemia foram compensados tanto pelo melhor desempenho das exportações de açúcar como pela estratégia de "proteção" das vendas de etanol. A receita operacional líquida da Raízen subiu 26%, para R$ 9 bilhões.

A redução das vendas de combustíveis para carros leves (ciclo Otto) no país, mais relevante a partir de meados de março, resultaram em redução de 12% no volume de etanol vendido pela empresa em relação ao mesmo trimestre da safra passada.

Mas a companhia conseguiu sustentar o faturamento com o biocombustível aumentando as exportações do produto, aproveitando um câmbio mais favorável, e fazendo hedge no mercado futuro de gasolina. A receita com etanol cresceu 23%, para R$ 3,6 bilhões.

A Raízen Energia encerrou o intervalo com estoques de etanol ainda menores do que um ano antes, de 509 milhões de litros. Diante da redução dos preços no início de abril, a Cosan antecipou no balanço uma perda contábil com esses estoques, mas ela foi registrada em abril.

Fonte: Valor Economico
Texto extraído do boletim SCA