Etanol brasileiro é discutido nos principais eventos europeus sobre biocombustíveis
12-11-2014

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), representada por sua assessora sênior da Presidência para Assuntos Internacionais, Géraldine Kutas, participou recentemente de três importantes eventos europeus sobre a indústria dos biocombustíveis.

Graças ao projeto que a UNICA e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) mantêm com o objetivo de promover a imagem do etanol brasileiro de cana-de-açúcar como energia limpa e renovável no exterior, o principal biocombustível do Brasil esteve em pauta em congressos e seminários realizados na Bélgica, Inglaterra e Hungria.

Biofuels International 2014

No evento, realizado dia 24 de setembro na cidade de Gante (Bélgica), Géraldine Kutas participou do painel ‘International Biofuels Trading’, junto com Doug Newman da Comissão de Comércio dos Estados Unidos - USITC; do gerente Comercial da ePURE, Andreas Guth; do CEO do grupo Starsupply, Kevin McGeeney; e do secretário-geral da Associação Belga de Biocombustíveis, Hendrik Lemahieu, moderador do painel.

Na palestra intitulada ‘lessons learnt from Brazil’, Kutas focou principalmente nas dificuldades de tornar o etanol uma commodity devido as altas barreiras tarifarias em muitos países e as incertezas regulatórias que afetam tanto a Europa como os EUA. Destaque também para as importações de biocombustíveis da União Europeia (EU), que nos últimos 5 anos caiu em torno de 50% e o fato de que hoje as importações da Europa provenientes dos EUA e do Brasil representarem apenas 28% (aproximadamente), o restante vem de nações que têm acordos de livre-comércio ou acordos preferenciais, como é o caso do Peru, Paquistão e Costa Rica, países que não são reconhecidos por sua eficiência na produção de etanol, mas conseguem exportar por conta das preferencias tarifarias que o Brasil não tem.

Argus Biofuels and Feedstocks 2014

O evento, que aconteceu dia 21 de outubro em Londres (Inglaterra), reuniu diversas autoridades e representantes da indústria de biocombustíveis e também de alimentos. A assessora da UNICA fez uma palestra no painel ‘International Biofuels Market: Examining New Emerging Trade Patterns’, onde também estavam o indiano Ali Muhammad Lakdawala do ITC; o diretor de Operações da empresa de energias renováveis BSBIOS, Gabriel de Freitas Machado e; Kalanithi Nesaretnam, Ministra da Embaixada da Malásia na União Europeia.

Além das atuais dificuldades que a indústria do etanol está enfrentando, a apresentação de Kutas também abordou os motivos que contribuíram com a expansão do setor sucroenergético brasileiro até 2008 e aqueles que levaram à sua deterioração após esta data. Destaque também para os quatro pilares que são essências para que o programa brasileiro de biocombustivel seja bem sucedido: previsibilidade, reconhecimento das externalidades positivas, motores flex com maior eficiência energética e valorização da eletricidade feita a partir de biomassa.

F.O.Licht’s World Ethanol and Biofuels 2014

A 17ª edição do evento foi realizada em Budapeste na Hungria, de 03 a 06 de novembro. Géraldine Kutas foi convidada para participar do painel ‘Policy, policy, policy: 2014 Milestones and future implications’, junto com o presidente da ePURE, Jerome Bignon; do diretor Executivo da Clean Fuels Development Coalition (EUA), Doug Durante; e do direto do FO Licht’s, Christoph Berg, que moderou o painel.

A palestra de Kutas enfatizou bastante o resultado das eleições brasileiras e o que isso pode significar para a indústria da cana no Brasil e as medidas públicas esperadas pelo setor, como a transparência na política de composição do preço da gasolina, o reconhecimento das externalidades positivas do etanol e da bioeletricidade, o aumento da mistura de etanol na gasolina para 27.5% e a maior eficiência dos caros flex. O aumento da mistura no Brasil gerou muito interesse entre os europeus, que querem convencer as autoridades a autorizar a mistura de E20 na EU.