Etanol de milho no Brasil começou com a Usimat
27-02-2018

A primeira destilaria de etanol de milho do Brasil começou como flex, hoje é compartilhada

A primeira safra da planta do etanol de milho da Usimat, em Campos de Júlio, Mato Grosso, foi em 2012. A empresa foi a pioneira a produzir etanol de milho no Brasil. A ideia surgiu devido ao baixo preço da saca de milho, na época, cotado a R$ 7,00. “Havia milho em abundância. O preço nem pagava o frete para levar para o porto. Vislumbramos a oportunidade de produzir etanol com milho. tínhamos um amigo no Paraguai que fazia isso e pensamos em dar uma olhada. Fizemos uma visita ao Paraguai, achamos viável a produção, e resolvemos desenvolver um projeto meio similar, mas com alguns diferenciais. E deu certo. A partir daí só cresceu.É bom para o produtor de milho e para nós”, conta Vital Silva Nogueira, gerente industrial da Usimat há 13 anos.

A primeira alteração que fizeram na destilaria de cana foi na parte de recepção dos grãos, montou-se o silo de armazenamento, a plataforma de recebimento do milho.Segundo Vital, para a instalação da planta de etanol de milho, em equipamentos novos, a empresa investiu na recepção de grãos, na parte de moagem e cozimento e a parte da secagem do DDG. O resto foi tudo adaptado pela própria usina para trabalhar com o milho, como: caldeira para geração de energia, tratamento d’agua e resfriamento d’agua, dorna de fermentação, aparelhos convencionais de destilação.“O investimento, do início até hoje, foi de R$ 45 milhões na planta de milho. Valor baixo, comparado com uma unidade de etanol de cana. Atualmente, nossa planta mói 1200 a 1300 toneladas de milho por dia e tem capacidade para produzir de 480 mil a 520 mil litros por dia de etanol de milho.”

Vital explica que o processo de produção de etanol de milho é o seguinte: “Recebemos o milho, fazemos a moagem e cozimento, adequamos as dornas de fermentação, segue para as colunas de destilação para fermentar essa massa e destilar normal. Após a destilação, enquanto a vinhaça da cana vai para fertirrigação, a do milho é separada a parte sólida, que é o DDG. Para isso,construímos outro barracão e implantamos o sistema de secagem do DDG, que o centrifuga através do decanter e centrifugas horizontais. No final, temos uma ração com 32% a 35% de proteína.”

De destilaria flex à compartilhada

A partir de 2017, a destilaria da Usimat deixou de ser flex – moía seis meses de cana e seis meses de milho – e passou a ser compartilhada, aumentando o ganho de produção. Funciona assim: durante a safra canavieira, é reduzida a quantidade de cana que vai para a moagem e mói-seo milho junto. Melhorando-se o resultado. Quando termina a colheita da cana, passa-se integralmente para o milho. Para realizar esse sistema de compartilhamento, a Usimat investiu em mais dornas e conta com três aparelhos de destilação, o etanol de cana segue para um lado e o de milho para o outro. A empresa está implantando uma nova caldeira que também vai trabalhar compartilhada.

Com a nova caldeira, a moagem de milho por dia, vai passar de 1200 toneladas para 1900 toneladas e a produção de etanol/dia vai de 500 mil litros para quase 800 mil litros. A produção de cana da Usimat é de 600 mil toneladas. Em 2017, a empresa produziu 140 milhões de litros de etanol, sendo 90 milhões com o milho e 50 milhões com a cana. Hoje, o milho produz o dobro da cana.

A unidade funciona 350 dias por ano, porque tem apenas uma caldeira, e é preciso para por 15 dias para fazer a manutenção. Mas, a partir de abril, entra em funcionamento a segunda caldeira, aí não haverá mais nem essa parada. O restante da manutenção, de acordo com Vital é assim: na parte de cana é normal, no fim da safra é realizada a manutenção. Nas demais áreas, as paradas são programadas. “Mas na medida em que passamos a operar por mais tempo com a fábrica, até o custo de manutenção abaixou, porque paramos de desmontar tudo. Percebemos que, quanto mais efetivos os equipamentos, menos problemas eles têm dado. Melhorou muito nesse aspecto.”

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