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“Etanol não pode ser moeda de troca” alerta Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo

“Etanol não pode ser moeda de troca”: Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo alerta para disputa tarifária entre Brasil e EUA
Diretor comercial da Usina Alta Mogiana critica riscos de desmonte da tarifa de importação e defende previsibilidade nos combustíveis

Durante a Reunião Anual da Fermentec, nesta quarta-feira (30), o diretor comercial da Usina Alta Mogiana, Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo, alertou sobre negociações entre Brasil e EUA: “Há pressão para que o etanol seja moeda de troca no embate tarifário. Precisamos evitar que vire arma de barganha”.

Atualmente, o etanol importado paga tarifa de 18%, alvo de pressão americana para redução. “O etanol deles é de milho, diferente do nosso de cana. Além disso, o mercado de açúcar dos EUA é hiperprotegido. Como abrir o nosso sem contrapartida?”, questionou.

Segundo Figueiredo, uma redução tarifária poderia levar usinas a migrarem para o açúcar, mas esbarraria em barreiras de exportação americanas: “Essa equação não fecha”.

Para ele, a chance de ceder é baixa: “De zero a cem, é menor que 20%. O Ministério de Minas e Energia já entendeu que não faz sentido desmontar a tarifa”.

Ele destacou pesquisas da UNICA mostrando que muitos motoristas desconhecem que o etanol aumenta potência em carros flex. “Precisamos educar o consumidor, desmistificar questões de durabilidade e mostrar que é uma alternativa potente, limpa e nacional”.

Figueiredo também defendeu estabilidade regulatória. “Ninguém investe sem previsibilidade. O setor só gera empregos quando tem segurança para planejar”.

Criticou ainda a interferência em preços da gasolina: “Toda vez que o petróleo oscila, tenta-se segurar preço. Isso mina confiança”.

“O Brasil é líder em etanol de cana e não pode transformá-lo em ferramenta de negociação. É ativo estratégico e parte da segurança energética nacional. E segurança não se negocia”, concluiu.