Etanol: nova negociação na pasta de agricultura
25-09-2019

Renato Cunha. Foto: Paulo Almeida
Renato Cunha. Foto: Paulo Almeida

A bancada do Centro-Sul, conforme observa o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, não se manifestou contrária à proposta do setor sucroenergético que visa a fazer com que 93% do volume de importações do etanol sem tarifa entre pelos portos dessa região. O governo elevou a cota de importação para 750 milhões de litros e os produtores tentam mitigar o impacto da portaria publicada no final de agosto, que atinge, sobretudo, o Nordeste. Sobre a solução de destinar 93% ao Centro-Sul, Renato Cunha explica que "esse volume é 2%, 3% da produção deles, é um valor ínfimo". Ele terá nova reunião, hoje, às 16h, com produtores e técnicos no Ministério da Agricultura. Se houver acordo e os 93% forem destinados ao Centro-Sul, então 7% entrariam pelo Nordeste, que é quanto o Nordeste representa em produção. Apesar disso, a região responde por uma fatia de quase 35% dos empregos na área.

No Nordeste, o setor sucroenergético gera mais de 300 mil empregos e o negócio da cana está presente em mais de 250 municípios. Renato Cunha vaticina: "Os índices do IBGE vão marcar, em setembro, os maiores índices de empregabilidade em Pernambuco, Alagoas, na Paraíba... é quando começa o ciclo da cana". Renato chama de "recessiva" a medida do governo "de ampliar a cota de importações "no início do nosso novo ciclo". E diz que essa questão "foi um péssimo negócio para o Brasil, inclusive, envolvendo renúncia fiscal numa quadra brasileira, onde todo mundo está fazendo economia de tostão". Ele pondera: "O Brasil vive momento de reformas, todo mundo dando grande contribuição e o Brasil resolve dar dado aos Estados Unidos, que é um País que não precisa, R$ 270 milhões". Após a reunião de hoje, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pode decidir se vai continuar mediando a situação ou vai dar andamento ao projeto de decreto legislativo capaz de sustar os efeitos da medida, mas podendo acarretar mal estar com o Executivo.

Cota de patrocínio

O deputado federal Raul Henry critica o fato de o presidente Jair Bolsonaro "patrocinar uma importação de etanol para cá exatamente no período da safra". Destaca que, para isso, não houve demanda do Ministério da Economia. "Ninguém defendeu isso como importante para economia brasileira, porque o Brasil, inclusive, é autossuficiente em etanol".

sem demanda > "Não houve Ministério da Economia defendendo isso, não houve Ministério da Agricultura. Não houve Ministério das Relações Exteriores defendendo isso", enfatiza Henry.

Zum-zum-zum > Nos bastidores do Congresso, diz Raul Henry, circula que a decisão do presidente sobre a cota de importação de etanol teria se dado "por um pedido do filho, Eduardo Bolsonaro que quer ser embaixador nos Estados Unidos e que queria agradar o presidente Trump". Henry assinala: "Se comenta isso".

2020 em... > Em Petrolina, outdoors estampados com a imagem de Miguel Coelho, em homenagem ao aniversário do gestor e assinados por amigos dele, carregam mensagens a exemplo de “Esse tem a nossa força!” e “Com o galeguinho, o trabalho tem força!”, e dividem espaço com outdoors ilustrados com a imagem do presidente IPA, Odacy Amorim.

...2019 > Odacy parabeniza Petrolina por seus 124 anos com a frase: “A verdadeira força vem do povo”. O petista é pré-candidato a prefeito da cidade, onde 2020 parece já dar sinais mais nítidos.

Cooperativo > O secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, do Ministério Agricultura, Fernando Schuanke, ministra palestra sobre o programa Brasil Mais Cooperativo, amanhã, às 15h30, durante o 27º Agrinordeste, no Centro de Convenções. 

 

Fonte: Folha PE