Etanol – o produto da vez
06-03-2018

Nos últimos 10 anos, a região de Expansão (GO, MG, MT, MS) apresentou um aumento de quase 30% no mix de etanol

Autores - Aline Bigaton e Glauber dos Santos - Pecege

As discussões no setor sucroenergético estão ainda mais aquecidas em decorrência da aprovação do RenovaBio, uma política de Estado que busca promover a participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira. Tendo importância tanto sob a ótica da segurança energética, com previsibilidade de oferta para o abastecimento, quanto para mitigação de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa no setor de combustíveis.

Para se ter uma ideia, estudos têm demonstrado que, quando comparado com a gasolina, o etanol brasileiro reduz as emissões dos chamados gases de efeito estufa (GEE) em cerca de 90%. Em 2010, a EPA (U. S. Environmental ProtectionAgency) classificou o etanol de cana-de-açúcar como um combustível avançado, capaz de reduzir as emissões de GEE de 61% a 91% em relação à gasolina.

Mas como tem sido o comportamento de produção do biocombustível pelas usinas de cana-de-açúcar nas últimas safras? O histórico de dados do levantamento realizado pelo PECEGE/CNA demonstra que a chamada região de Expansão (GO, MG, MT, MS) apresentou um aumento de quase 30% no mix de etanol da safra 2007/08 para a safra 2017/18, essa variação chegou a ser ainda maior com relação à safra 2014/15 (37%), na qual o mix de produção de etanol chegou a 70,3%.
Já a região Tradicional de produção (SP e PR) mostra uma constância com relação à produção do etanol, quase não tendo variação da safra 2007/08 (mix de etanol de 51,5%) para a safra 2017/18 (mix de 50%). A safra de maior variação com relação às avaliadas foi a de 2013/14, com mix de 41% para o produto.

E o custo de produção das usinas, como evoluíram? O etanol anidro, por exemplo, sai de um patamar R$ 1.487,00 /m³ na safra 2007/08 para R$ 1.746,00 /m³ na região de Expansão. Já na região Tradicional, o custo passou de R$ 1.428,00 /m³ para R$ 1.796,00 /m³ no mesmo período. Apesar disso, a produção de etanol tem se apresentado bem otimista nas últimas safras, principalmente em razão dos preços melhores de comercialização.

As margens proporcionadas pelo produto na safra 2007/08 eram próximas de -10% e -6,0% nas regiões Expansão e Tradicional, respectivamente, quando considerado o custo total de produção (custos operacionais, depreciações e remuneração do capital e da terra). Já na safra 2016/17 os valores se mostram um pouco mais otimistas, passando para 1,1% e -3,8%, regiões de Expansão e Tradicional. Ou seja, o etanol além de promissor quanto a um dos biocombustíveis mais sustentáveis, ainda apresenta uma evolução positiva nas perspectivas econômicas de quem o produz. Embora margens negativas ainda sejam observadas, espera-se que no curto prazo essa situação siga a tendência de melhoria e consequentemente seja revertida.

No segmento sucroenergético, além da pesquisa de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar, etanol e bioeletricidade, em parceria com a CNA e ORPLANA, a equipe do PECEGE também realiza treinamentos nas áreas agrícola, industrial e gerencial. Contamos com o apoio de quase 200 instituições, entre usinas, associações e órgãos de classe, retribuindo com informações estratégicas para os produtores e usinas, bem como análises de benchmarking, boletins de custo de safra, previsões, dentre outros. Entre em contato com nossa equipe e conheça mais detalhes deste projeto.