Faesp contesta próprio vice-presidente e nega proposta sobre queima de cana
30-09-2024

Vice-presidente da Faesp havia dito que a entidade discutia pedir a volta da “queima prescrita” da cana — Foto: Divulgação/Nitro
Vice-presidente da Faesp havia dito que a entidade discutia pedir a volta da “queima prescrita” da cana — Foto: Divulgação/Nitro

Executivos do setor também rejeitaram a retomada da queimada controlada dos canaviais

Por Eliane Silva — Ribeirão Preto (SP)

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, disse nesta sexta-feira (27/9) ser contra a volta da queimada controlada da cana como protocolo de combate a incêndios. Ele também negou haver qualquer proposta a esse respeito, contestando afirmação feita pelo próprio vice-presidente da entidade, Ciro Pena.

Nesta quinta-feira (26/9), durante evento promovido pela Canaoeste, em Sertãozinho (SP), Pena disse que a Faesp discute pedir a volta da “queima prescrita” da cana e afirmou que seria contra a medida.

No comunicado divulgado hoje, o presidente da Faesp, Tirso Meirelles, diz que a queima - mesmo a controlada - traz malefícios ambientais e sociais, com impactos na emissão de grandes quantidades de gases poluentes e contribui para o aquecimento global e a poluição do ar, causando problemas respiratórios na população, especialmente em áreas próximas às plantações.

Executivos da Canaoeste e da Organização das Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) também rejeitaram a retomada da queima controlada, argumentando que a técnica acaba mitigando os incêndios, mas o risco de o fogo sair do controle é muito grande. Além disso, o setor lucra com o uso da palha de cana para a produção de energia.

A Faesp diz ainda que enviou ofícios ao governador Tarcísio de Freitas pedindo medidas urgentes para socorrer os produtores afetados, assim como punir os responsáveis pelos incêndios.

Balanço divulgado pela Organização das Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) indica que os focos de queimada e incêndio atingiram 414 mil hectares de canaviais mais desenvolvidos e de rebrota. O prejuízo aos canavicultores é calculado em R$ 2,67 bilhões.

Fonte: Globo Rural