Flechou!
26-08-2015

Condições climáticas levam ao florescimento dos canaviais, o chamado flexamento que provoca perdas para o setor

Luciana Paiva e Clivonei Roberto

Em 2015, os canaviais da região Centro-Sul ganharam um tom crepúsculo, um lilás pastel. Bonito de ver, mas que não é interessante para o caixa dos produtores e das usinas. Essa beleza que custa caro é o chamado flechamento, quando a cana solta pendão, ou floresce.

Segundo o engenheiro agrônomo Dib Nunes, presidente do Grupo IDEA, o florescimento está generalizado. “Neste ano as condições climáticas foram extremamente favoráveis à indução, que ocorre no período de janeiro a março, quando os dias estão encurtando. A cana-de-açúcar é uma planta fotossensível. Tem a fototropia negativa, ou seja, conforme os dias vão se reduzindo, ela transforma seu ponto principal de crescimento, que é a ponta, ela sai do estágio vegetativo e passa para o estágio reprodutivo. Passando para o estado reprodutivo, emite flor, que é órgão reprodutivo da planta. As variedades de hoje, em sua grande maior, apresentam esse defeito. São produtivas, são mais adaptadas, têm mais sacarose, porém nos anos em que o clima favorece, emitem florescimento”, explica Nunes.

Quando o florescimento ocorre, salienta Nunes, perdas de produção significativas poderão acontecer na lavoura. O consultor lembra que o efeito deste fenômeno foi verificado em um experimento realizado pelos pesquisadores Berding e Hurney, em 2005, com diferentes variedades de cana, no qual o florescimento foi controlado com o uso de luz para interrupção do comprimento da noite. Os resultados obtidos demonstraram uma redução de 6,8% na tonelagem da cana, perda de 3% no conteúdo de sacarose e diminuição de 9,4% na produtividade de açúcar nas canas florescidas.

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