Formar canavial comercial com semente artificial de cana. Será que rola???
18-02-2016

Syngenta e CTC, separadamente, trabalham para oferecer grande inovação para o setor sucroenergético

Um dos grandes desejos do setor sucroenergético é plantar cana como se planta grãos:uma semente após a outra, com máquinas que fazem várias linhas ao mesmo tempo, muito mais rápido e utilizando muito menos matéria-prima.

Se depender da Syngenta esse desejo, ou pelo menos parte dele, está previsto para começar a acontecer em 2017, com o lançamento do PleneEmerald (esmeralda, referência à cor verde das cápsulas) que irá unir na mesma tecnologia duas aspirações antigas do setor: o plantio de cana por “semente” e a cana transgênica.

Na produção desta semente, a Syngenta incorpora um material geneticamente modificado que apresenta resistência a herbicidas e pragas, como a broca. “Toda tecnologia aplicada na semente de soja e de milho a companhia introduziu na semente de cana”, relata Daniel Bachner, diretor global de cana-de-açúcar da Syngenta.

Leandro Amaral, diretor de Marketing Cana-de-açúcar, salienta que PleneEmeraldterá prazo de seis meses com armazenamento a 12 graus e quando colocado no campo tem alto vigor de germinação. Pesa de 5 a 10 gramas e serão utilizados de 150 a 200 quilos por hectare. “Será possível plantar tranquilamente 60 hectares por dia, podendo otimizar o plantio na época ideal. Com cana de 18 meses que tem melhor rendimento e ter as melhores produtividades. A tecnologia vai reduzir entre 10 a 15% o custo da tonelada de cana produzida.”
Para não ter nenhum gargalo logístico no sistema de produção da semente, a empresa estuda a ideia de implantar de quatro a cinco fábricas em diferentes pontos do país. De acordo com Bachner, o melhor é que tais operações não vão precisar da implantação de viveiros de cana. O material é produzido no laboratório. “O objetivo é que se produza a semente durante o ano todo, de acordo com a demanda.”

Inicialmente, as sementes são feitas das cinco variedades de cana mais plantadas. Na segunda fase, as sementes serão também de novas variedades de alta produtividade. O novo Plene está na fase da produção da semente e testes de campo dentro das áreas da Syngenta. Paralelamente, está sendo desenvolvida uma máquina específica para o plantio mecanizado da semente de cana. “Hoje para o plantio de MPB, as máquinas plantam de 2 a 3 hectare/dia, com a evolução irão plantar de 4 a 5. A máquina do novo Plene plantará entre 40 a 90 hectares/dia”, informa Leandro.
O CTC também desenvolve a sua “semente artificial de cana” (célula de cana clonada). Uma das vantagens da nova tecnologia é a redução de cana utilizada na operação, hoje, no plantio mecânico com toletes são consumidos e torno de 20 toneladas por hectare, com a semente de cana do CTC cai para 300 quilos.

A semente irá demandar algumas mudanças por parte dos produtores, principalmente no preparo de solo e no plantio, que será realizado com uma plantadora menor que a utilizada atualmente. Porém, a operação deve ser mais rápida, já que a máquina, em desenvolvimento pelo CTC, terá cinco linhas. A previsão inicial para lançamento da semente de cana do CTC é no decorrer da safra 2018/19.

Confira matéria completa na editoria Capa, edição 29 darevista Digital CanaOnline. No site www.canaonline.com.br você pode visualizar as edições da revista ou baixar grátis o pdf.
Mas se quiser ver a edição com muito mais interatividade ou tê-la à disposição no celular, baixe GRÁTIS o aplicativo CanaOnline para tablets e smartphones - Android ou IOS.