FS anuncia segunda fase de projeto para armazenamento de carbono
09-10-2024

Projeto da FS está sendo executado na unidade de Lucas do Rio Verde (MT) — Foto: FS/Divulgação
Projeto da FS está sendo executado na unidade de Lucas do Rio Verde (MT) — Foto: FS/Divulgação

A empresa vai investir R$ 350 milhões no projeto, que deve ser concluído até junho de 2026

Por Rafael Walendorff — Brasília

A FS anunciou nesta terça-feira (8/10) a segunda fase de investimento no seu projeto pioneiro de captura e armazenamento de carbono (BECCS, na sigla em inglês). A empresa vai aportar R$ 350 milhões na aquisição e implantação dos equipamentos para capturar o gás carbônico, desidratação, compressão e injeção do CO2 no subsolo, em Lucas do Rio Verde (MT).

Na primeira fase do projeto BECCS, a FS investiu aproximadamente R$ 110 milhões na realização de estudos técnicos e perfuração de poço estratigráfico que comprovaram as condições geológicas adequadas para injetar o dióxido de carbono (CO2) no subsolo.

O anúncio foi feito durante o evento de sanção da lei do Combustível do Futuro. O início das obras para implantação de BECCS pela FS depende agora de licenciamento ambiental estadual e de autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que será responsável pela regulamentação da atividade de captura e armazenamento de carbono, de acordo com a nova legislação.

A previsão é que as obras comecem em maio de 2025, após conclusão da agenda regulatória. O projeto deverá ser concluído em junho de 2026.

"O Combustível do Futuro é mais um marco importante para avançarmos na implantação do sistema BECCS, que resultará na produção do primeiro etanol carbono negativo do mundo. Esse avanço coloca novamente o país em destaque na implementação de tecnologias que contribuem para a transição energética sustentável. A adoção em larga escala do sistema BECCS pelo setor de etanol deverá reduzir sensivelmente as emissões de carbono nos modais rodoviário, aéreo e marítimo", comentou o CEO da FS, Rafael Abud, em nota.

O projeto consiste na captura do CO2 emitido durante a fermentação do milho, etapa final da produção de etanol. Com a tecnologia de BECCS, a empresa vai capturar mecanicamente essa emissão e estocá-la no subsolo. Com isso, diz a nota, "a emissão do 'berço ao túmulo' do etanol de milho" pode ser considerada negativa.

Fonte: Globo Rural