GAFFFF 2025: painel “Biocombustíveis” direciona rotas e mercados para o setor no país
09-06-2025

Debate foi mediado pelo presidente da Bioenergia Brasil, Mário Campos Filho, e contou com a presença de representantes da XP, Be8, Evolua Etanol e do Ministério de Minas e Energia
Nesta quinta-feira (5), durante o primeiro dia do Global Agribusiness Festival (GAFFFF), Mário Campos Filho, presidente da Bioenergia Brasil, mediou o painel “Biocombustíveis: Novas Rotas e Mercados”, em que foi reafirmado o papel do Brasil na transição energética global como uma referência no mercado de biodiesel.
Para completar o painel, participaram Alejandro Padron, estrategista de commodities da XP; Erasmo Battistella, CEO da Be8; Flávio Castellari, especialista em acesso a mercados internacionais; Pedro Paranhos, CEO da Evolua Etanol; e Rafaela Guerrante Siqueira, coordenadora-geral do RenovaBio e de políticas de descarbonização no departamento de biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME).
O painel contou com inúmeros pontos importantes sobre o papel do Brasil na transição energética global. Cada um dos convidados apresentou gráficos que exemplificaram a participação do país na demanda por biocombustíveis.
Pedro Paranhos, presidente da Evolua Etanol, destacou que o Brasil tem a maior mistura de etanol do mundo e que a demanda pelo biodiesel no país, até 2030, pode alcançar até 20 bilhões de litros, somando a procura futura por combustível sustentável para aviação (SAF, em inglês), transporte marítimo e o potencial de movimentação terrestre no país.
A energia do GAFFFF, neste ano, é gerada através de um biocombustível produzido pela Be8, chamado BeVant. De acordo com Erasmo Battistela, CEO da companhia, o biodiesel foi desenvolvido como uma “necessidade para o mercado brasileiro”.
“Esse biocombustivel tem a capacidade de substituir 100% o diesel. Estamos utilizando 25 mil litros de BeVant aqui [no GAFFFF], além de outros lugares, como na mineração e para o agro”, disse.
A importância do RenovaBio
O principal destaque do painel foi o RenovaBio, a política nacional de biocombustíveis implementada em 2017, através da Lei nº 13.576. Rafaela Siqueira, representante do MME voltado para a atuação do país no setor de biodiesel, afirmou que o governo “corre para realizar as regulamentações necessárias”.
A autoridade também declarou que a política foi reconhecida pela Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês). Alejandro Padron, representante da XP no painel, afirmou que espera um avanço do programa para que as metas públicas de biocombustíveis comecem a ser alcançadas em 2026.
“Atualmente, o Renova Bio passa por um problema complicado. Maio foi o mês com menor negociação de cbios (crédito de descarbonização) desde 2021, ou seja, esperamos que as políticas públicas consigam cumprir, até 2026, as metas de descarbonização no setor de transporte, que polui 15%”, afirmou Padron, que encerrou dizendo que “estou otimista com o futuro que o programa pode nos oferecer”.
Fonte: DATAGRO