Gasolina sobe 8 vezes mais que a inflação em Betim
22-03-2019

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, combustível aumentou 3,5% em um mês; preço médio é de R$ 4,454

Após queda em janeiro, preço da gasolina já ultrapassou R$ 4,50 nessa semana em Betim

JOSÉ AUGUSTO ALVES - O TEMPO 

Quem abasteceu nos últimos 30 dias sentiu no bolso o peso do aumento no preço dos combustíveis. Segundo o Sistema de Levantamento de Preços, realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o valor médio do litro da gasolina subiu 3,5% em um mês, oito vezes acima da inflação de fevereiro apontada pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 0,43%.

De acordo com levantamento da ANP, na pesquisa realizada em 11 postos de combustíveis entre os dias 17 e 23 de fevereiro, o preço médio da gasolina em Betim era de R$ 4,299. Na última pesquisa, realizada entre 10 e 16 deste mês, o valor subiu para R$ 4,454.

Na última semana, o menor preço encontrado era de R$ 4,389, e o maior, R$ 4,499. Porém, a reportagem foi a alguns estabelecimentos na quarta (20) e encontrou o produto a R$ 4,549.
Nas refinarias, o preço médio da gasolina já foi reajustado sete vezes pela Petrobras somente em março.

Mais alto
Além da gasolina, o preço do etanol também subiu em Betim no último mês e em um percentual bem maior. Em fevereiro, o valor médio era de R$ 2,792. Na última pesquisa, o álcool já estava em R$ 3,136: uma elevação de 19%.

A alta nas bombas de álcool no ano se justifica pela entressafra da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do país entre os meses de dezembro e março. No período, as produtoras trabalham apenas com estoque do produto, reduzindo a oferta do etanol nos postos de combustíveis. Em abril, quando se inicia a nova safra, a tendência é que o preço recue.

O professor Carlos Barcelos é um dos consumidores que já sentiram peso maior no orçamento ao abastecer. “Eu vi que desde o início do ano a gasolina apresentou uma queda, mas nos últimos dias, o valor subiu bastante, pelo menos uns R$ 0,20 por litro”.

A aposentada Fernanda Meireles conta que ainda prefere o etanol. “O álcool é mais barato, mas o preço tem subido também. É uma situação revoltante”, disse.