Geada de outono assusta, mas o setor teme mesmo é a geada negra
22-06-2016
Quando as geadas acontecem em julho e agosto, causam muito mais danos
No Brasil, o frio será mais intenso em 2016. Está é a previsão dos meteorologistas. E parece que irá se concretizar, pois, mesmo no outono a neve já caiu em cidades da região sul e geadas ocorreram em áreas no interior paulista e Mato Grosso do Sul.
A cultura canavieira também sofre com geadas. Na cana-de-açúcar, as folhas jovens e gemas são as partes mais sensíveis ao frio, sofrendo efeitos danosos sempre que a temperatura cai abaixo de 0°C, por um curto período de tempo.
A região de Lençóis Paulista foi uma das atingidas pela geada do começo de junho. O produtor de cana Luiz Carlos Dalben, diretor da Agrícola Rio Claro, que cultiva 8.611 hectares de cana, conta que nem todo canavial foi afetado, mesmo assim, a geada provocou estragos.
Para especialistas, os danos causados pelas primeiras geadas de 2016 não foram maiores, porque poucos dias antes ocorreu grande quantidade de chuva na maioria das regiões onde caíram as geadas, então o clima não estava tão seco. A cana que ainda não foi cortada estava com vigor, mais resistente ao gelo. E a cana-soca ainda está pequena, o que facilita nova brotação.
Mas no decorrer do inverno a preocupação do setor aumenta com a possibilidade de novas geadas, essas sim podem ser muito mais danosas, pois o clima vai ficando mais seco e a cana menos resistente ao gelo. Foi o que ocorreu em anos como 2010 e 2013, quando geadas no mês de julho e agosto queimaram os canaviais, provocaram o apodrecimento do palmito da cana e morte em grande parte da soca atingida pela geada. Essa geada é conhecida por geada negra.
“Já presenciei geada até no mês de setembro”, diz Dalben. Na prática, não existem ações preventivas eficazes contra a geada em larga escala, restando apenas a análise correta após a ocorrência do fenômeno para a tomada de decisão econômica do que deve ser feito. Então quer dizer que o setor terá vários meses de preocupação.
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