Geada: uma avaliação prática em áreas de cana-de-açúcar
11-07-2016

Canaviais com ataque de geada representam riscos de perdas consideráveis


Rogério do Nascimento*

 

A cana-de-açúcar cultivada entre a latitude 35°N e a 35°S, com uma larga escala de adaptação, sofre a influência das variáveis climáticas ao longo de todo o ciclo vegetativo, e as explorações agrícolas destinadas à produção de açúcar, etanol e bioenergia são muito mais exigentes em termos da distribuição de chuva e temperatura do ar.

O desenvolvimento da cana-de-açúcar está intimamente ligado à temperatura ambiente. Tauconnier e Bassereau (1975) citam que em temperatura abaixo de 25°C o crescimento da cana é lento, mas acima de 35°C este crescimento também é prejudicado, tornando-se praticamente nulo em temperaturas superiores a 38°C. Contudo, esta cultura não é muito tolerante ao frio.

Segundo Fauconier & Basserau (1970), as folhas jovens e as gemas são as partes mais sensíveis ao frio na planta de cana-de-açúcar, sofrendo efeitos danosos sempre que a temperatura cai abaixo de 0°C, por um curto período de tempo.
A extensão do dano, porém, é função:
- do tempo em que a folha fica exposta ao frio;
- da temperatura mínima atingida;
- da variedade da cultura;
- e da fase da cultura (estádio fenológico).

A morte da gema apical ocorre quando a temperatura atinge níveis entre -1ºC a -3,3ºC, enquanto as laterais morrem em torno de -6ºC, condições em que as temperaturas letais às folhas da cana-de-açúcar acham-se em torno de -2,5ºC a -5ºC (BACCHI & SOUZA, 1978; BRINHOLI, 1978).

Uma situação prática importante é que pesquisadores observaram que há uma diferença de temperatura, de 3º a 4ºC, entre o abrigo meteorológico situado a 1,5m da superfície e a relva, ao nível do solo (GRODZKI et al., 1996; Silva e Sentelhas, 2001; Sentelhas et al., 1995). Assim, quando se registra temperatura mínima, no abrigo, em torno dos 2ºC, no nível da relva os valores se aproximam de -1ºC, capazes de causar danos à cana-de-açúcar, não sendo necessário que ocorra o congelamento da água para que haja dano às partes vegetais. Como curiosidade, os solos úmidos diminuem o efeito das geadas por perderem menos calor, ocorrendo o contrário com os solos com baixo potencial de água.

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