Geadas obrigam o corte de cana até de oito meses
09-09-2016

Após a geada, quando é possível antecipa-se o corte da cana com o intuito de minimizar as perdas

Algumas regiões, como Mato Grosso do Sul, sofreram três geadas este ano. E elas castigaram os canaviais, reduzindo a produtividade e aumentando o trabalho nas unidades sucroenergéticas e empresas agrícolas, que tiveram que refazer o cronograma de colheitas.

Fisiologicamente a geada causa danos que são devidos à formação de gelos nos espaços intercelulares. Isto ocorre pela contração do protoplasma,o que causa a saída de parte da água para estes espaços – momento em que há o congelamento. Com isto, ocorre dessecação da célula, a qual pode morrer por forças mecânicas que atuam sobre o protoplasma e a membrana plasmática e pela precipitação de proteínas.

A parte da planta mais suscetível é a superior. Devido à intensidade do frio, os danos caminham para a parte mediana e inferior do colmo, em função de ser a superfície do solo mais quente. O primeiro ponto de injúria situa-se aproximadamente a 2,5 cm da gema apical.

Dependendo da intensidade da geada, pode ocorrer o apodrecimento das folhas centrais do “palmito”, fazendo com que este se destaque facilmente. Em consequência da morte da gema apical, ocorrem brotações das gemas laterais e a diminuição das características tecnológicas do colmo.

Após a geada, quando é possível antecipa-se o corte da cana com o intuito de minimizar as perdas, em termos de concentração de sacarose no colmo. Enquanto os canaviais mais jovens são deixados no campo para que novas brotações se desenvolvam em substituição aos colmos atingidos pelo frio intenso. Há situações em que a roçagem é recomendada.

Para piorar o quadro, as geadas seguidas de chuvas estimularam a brotação lateral das touceiras. De acordo com Oswaldo Alonso, consultor técnico da Canaoeste, este fenômeno é indesejado, pois provoca perda de açúcar. Para reduzir os danos, é necessário realizar a colheita da área atingida o mais rápido possível. Isso está levando boa parte do setor a refazer seu cronograma de colheita e a cortar canaviais que ainda não estavam no ponto ideal de corte. Para reduzir a perda e promover a brotação correta, há usinas colhendo cana de oito meses, pouco desenvolvida, tanto que leva até duas horas para carregar o rodotrem.

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