Geração de empregos formais no mês de outubro em Sertãozinho tem a melhor marca para o mês desde 2013
25-11-2019

Capital do setor sucroenergético deixa de registrar mais demissões do que contratações. Retomada do setor já anima economia sertanezina

Localizada no nordeste paulista, Sertãozinho, a capital mundial da tecnologia sucroenergética – com quatro usinas em funcionamento e mais de 500 empresas que fornecem produtos e serviços para a agroindústria canavieira – acompanha a gangorra econômica da cana-de-açúcar, ou seja, quando o setor vai bem, a economia sertanezina segue a alta, mas quando o setor despenca, leva junto a economia do município.

Na primeira década dos anos 2000, a expansão canavieira fez com que Sertãozinho figurasse várias vezes como o maior empregador do Brasil. Porém, a crise no setor (que se estende por uma década) levou à falta de pedidos por parte das usinas e projetos cancelados.

As empresas de Sertãozinho entraram em colapso, teve quem faliu, quem entrou em recuperação judicial e a maioria precisou encolher. O que levou às demissões, mais de 7 mil postos de trabalho foram fechados nos últimos cinco anos no município, marca significativa para uma população de 110 mil habitantes.

De maior empregador do Brasil, Sertãozinho passou a disputar o posto de o pior. O vermelho (de negativo) tornou-se a marca de Sertãozinho na lista de geração de empregos e desempregos liberada mensalmente pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho. Voltar a “azular” a lista do CAGED virou meta da Prefeitura de Sertãozinho, mas a crise do setor e a economia do país não cooperavam.

No entanto, os ventos da retomada começam a soprar e trazer com eles os sonhados empregos. Paulo Roberto Gallo, secretário de Desenvolvimento Econômico de Sertãozinho, informou que, “por meio dos empresários, e com apoio da administração pública, conseguimos gerar, segundo o CAGED, 413

empregos formais, com carteira assinada, no mês de outubro. Este foi o melhor resultado para o mês de outubro desde o ano de 2013. Com estes números, alcançamos a tão perseguida meta de `azular’ empregos, com 251 novos postos em 2019, e com 685 novos empregos nos últimos doze meses.

Gallo observa que é importante ressaltar que essa recuperação é liderada pelo setor industrial. O que incrementa a economia, levando à geração de empregos em outros setores, como o comércio e serviços. Para o Secretario, essa retomada acontecerá gradativa e lentamente, mas de forma consistente. “Temos elementos muito positivos para 2020, dentre os quais destaco a implantação do RenovaBio a partir de janeiro; a adição de 10% de etanol à gasolina na China (+ ou - 15 bilhões de litros de etanol anidro); a recuperação dos preços do etanol no mercado interno; a melhoria dos preços da bioeletricidade nos recentes leilões públicos. Ainda há muito o que fazer, mas tenho convicção que estamos deixando o pior para trás”, afirma.

Os números positivos registrados por Sertãozinho, no mês de outubro, destoam da variação do saldo de emprego na indústria paulista, que foi negativa. Dados divulgados pela Federação e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), em 14/1, apontam que São Paulo registrou em outubro marca negativa na geração de empregos, -0,14%, com o fechamento de 3 mil postos de trabalho, na série sem ajuste sazonal. Feito o ajuste, a queda no mês é de -0,25%. Nessa mesma base de comparação, computados os dados do acumulado do ano, entre janeiro e outubro, o resultado segue negativo e totaliza o encerramento de 12,5 mil vagas na indústria (-0,60%).