Governo de SP convoca pesquisadores para discutir venda de fazendas experimentais
10-04-2025

Fazenda Santa Elisa, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) — Foto: Divulgação IAC
Fazenda Santa Elisa, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) — Foto: Divulgação IAC

A audiência pública ocorrerá na próxima segunda-feira (14/4)

Por Fernanda Pressinott — São Paulo

A Secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo convocou a comunidade científica para uma audiência pública e listou 35 áreas que estão na mira do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) para serem vendidas. Entre as unidades ameaçadas estão a Fazenda Experimental que fica na Estância Turística de São Roque e a Fazenda Santa Elisa, em Campinas, referência em pesquisas do Instituto Agronômico (IAC).

A audiência pública convocada pelo governo ocorrerá na próxima segunda-feira (14/4), com objetivo de discutir a proposta de alienação dessas áreas.

Especializada em agroecologia, a unidade de São Roque desenvolve variedades de uvas orgânicas, além de fazer um trabalho de melhoramento da alcachofra, a partir de estudos comandados pelo pesquisador Sebastião Tivelli.

Segundo a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado (APqC), o vinho orgânico produzido a partir da variedade de uva descoberta pelos pesquisadores é premiado internacionalmente, além de fomentar o turismo, base da economia de São Roque.

Já a Santa Elisa abriga o um dos mais importantes bancos de germoplasma de café do mundo e faz estudos com macaúba, palmeira que se desponta como alternativa para biocombustíveis.

A associação de cientistas defende que o Estado reforce os investimentos em ciência e tecnologia, especialmente em um contexto de emergência climática. Segundo a entidade, estudos desenvolvidos em fazendas experimentais são fundamentais para enfrentar problemas como a escassez hídrica, a contaminação de mananciais e o aumento da temperatura em diferentes regiões paulistas.

A entidade também alerta que a pesquisa tem enfrentado falta de pesquisadores e de servidores de carreiras de apoio há anos. Conforme levantamento da APqC, atualmente, há mais de 8 mil cargos vagos nos institutos que atuam nas áreas de agricultura, meio ambiente e saúde.

Por outro lado, em diversas ocasiões, o secretário da Agricultura Guilherme Piai destacou que o governo estuda se desfazer de locais onde não ha pesquisas em andamento.

 Fonte: Globo Rural