Governo reúne setor de energia para discutir impactos de tarifas dos EUA sobre exportações brasileiras
14-07-2025
Ministério de Minas e Energia articula resposta técnica e coordenada com representantes de cadeias produtivas de petróleo, gás e biocombustíveis diante do novo cenário comercial
Em resposta às tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o Ministério de Minas e Energia (MME) promoveu, nesta quinta-feira (10), uma reunião estratégica com representantes do setor energético nacional, reunindo empresas e entidades que integram as cadeias de petróleo, gás natural e biocombustíveis. A medida norte-americana levanta preocupações sobre os efeitos no comércio internacional e na competitividade de produtos brasileiros, considerados essenciais para a transição energética global.
O encontro, realizado em Brasília, teve como objetivo avaliar os potenciais impactos econômicos das tarifas e ouvir os diversos segmentos produtivos para subsidiar o governo com informações técnicas, construindo uma resposta articulada e baseada em dados concretos.
Coordenando a reunião, o secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Pietro Mendes, destacou que a ação do ministério está centrada na proatividade e diálogo institucional. “Nosso papel é manter um canal permanentemente aberto, para que qualquer informação relevante seja compartilhada com o governo brasileiro. Estamos ouvindo as necessidades de setores relevantes para a economia nacional diante de um cenário que exige atenção e responsabilidade”, declarou.
Mendes reiterou o compromisso do MME em continuar monitorando os desdobramentos das medidas internacionais e apoiar os setores mais sensíveis por meio de articulações interministeriais, diplomáticas e comerciais.
Estiveram presentes na reunião grandes empresas e entidades representativas do setor energético, incluindo Petrobras; UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar); Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais); Aprobio, Ubrabio, IBP, Abicom; UNEM, Bioenergiabrasil, Be8, FS Bioenergia, Raízen, Inpasa; Sindaçúcar-AL, Amcham e Abiquim.
A diversidade de representantes reflete a complexidade e interdependência das cadeias de valor do setor energético e a necessidade de uma resposta nacional integrada. As contribuições levantadas servirão como base para análise de impacto e possíveis medidas de mitigação, incluindo revisões de acordos comerciais, novos canais de exportação e incentivos internos à produção e competitividade.
As medidas norte-americanas chegam em um momento de forte reconfiguração das relações comerciais internacionais, com impacto direto em setores estratégicos para o Brasil, como os de energia renovável, agroenergia e combustíveis fósseis. A aplicação tarifária sobre produtos brasileiros exige respostas rápidas e articuladas, capazes de proteger empregos, investimentos e garantir a sustentabilidade econômica das exportações brasileiras.
O ministério informou que a agenda de articulação continuará nas próximas semanas, com novos encontros técnicos, levantamentos setoriais e diálogo com outros órgãos do governo federal, incluindo os ministérios da Fazenda, Relações Exteriores e Agricultura.
O objetivo é assegurar que o país esteja preparado, com base técnica e institucional, para enfrentar os desafios do cenário internacional e manter a posição estratégica do Brasil nos setores de energia, biocombustíveis e sustentabilidade.

