Grupo planeja estender exportação de energia
10-03-2015

O grupo de usinas sucroalcooleiro Clealco planeja ampliar sua capacidade de cogeração de energia a partir do bagaço de cana-de-açúcar e estender a comercialização da produção excedente às unidades de Penápolis e Clementina.

Na safra 2015/2016, com início oficial em abril, a produção de energia para exportação pela unidade de Queiroz, localizada na região de Marília, deve ser aumentada em 25%, passando de 120 mil megawatt-hora, produção da safra 2014/2015, para 150 mil MWH, na temporada seguinte.

A energia produzida na colheita que se encerra este mês seria o suficiente para abastecer 600 mil casas por um mês; a da safra 2015/2016 equivalerá ao consumo mensal de 750 mil. Atualmente, a cogeração de energia nas usinas do grupo em Clementina e Penápolis é voltada apenas para o consumo interno das unidades, utilizada para o acionamento de motores elétricos e iluminação.

Porém, a empresa possui projeto de aumento da exportação que incluiria também as duas unidades, ainda sem data definida para a execução.

Caso se concretize, o projeto exigirá um investimento de R$ 340 milhões e proporcionará ao grupo a possibilidade de oferecer 480 mil MWH de energia ao mercado externo, produção que poderia abastecer 2,4 milhões de casas. A concretização depende da recepção que o grupo tiver no mercado de energia, informou a assessoria de imprensa da Clealco.


Leilões

Do total de energia prevista para ser gerada a partir do bagaço de cana na safra 2015/2016, 120 mil MWH hora já foram negociados e vendidos em leilões governamentais. Os 30 mil MWH restantes ainda devem ser comercializados.
A cogeração de biomassa de cana é feito pela queima de bagaço, resíduo da moagem, nas caldeiras de geração de vapor. O grupo Clealco reaproveita totalmente o bagaço resultado do processamento da cana-de-açúcar.

No interior das caldeiras, o vapor é direcionado para a turbina, que mecanicamente aciona o gerador, produzindo a energia elétrica. Essa energia é transportada pelas linhas de transmissão, que posteriormente é distribuída pela concessionária para o consumidor.

Ainda segundo a assessoria de imprensa da empresa, a cogeração de energia a partir da biomassa é importante por colaborar na composição da receita da empresa, junto com açúcar e álcool. Até este mês, as três unidades do grupo Clealco já moeram 8,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, da safra 2014/2015. A partir de março, a moagem será retomada, com a meta de esmagar mais 1,1 milhão de toneladas, totalizando 9,5 milhões de toneladas.


Outorgada

De acordo com informações do BIG (Banco de Informações de Geração), da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), atualizado na última quarta-feira (4), três usinas sucroalcooleiras da região administrativa de Araçatuba produzem energia para comercialização.

Juntas, possuem a energia potencial outorgada de 234.000 kW e energia assegurada de 82,74 MW médios. São elas a Pioneiros, do grupo Santa Adélia, em Sud Mennucci; Revati, do Grupo Renuka, em Brejo Alegre ; e Univalem, do grupo Raízen, instalada em Valparaíso.

Com cinco unidades produtoras na região, a Raízen comercializa anualmente 2,2 terawatt-hora. De 24 usinas do grupo, 13 exportam energia para o grid, duas delas da região: a Gasa, de Andradina, e a Univalem, de Valparaíso, segundo a assessoria de imprensa da empresa.

Rafaela Tavares