Grupo sucroalcooleiro Guarani desiste de tomar recursos do BNDES
23-09-2015

A Guarani, grupo sucroalcooleiro controlado pela francesa Tereos Internacional, desistiu de tomar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para estocagem de etanol.
Ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o diretor Região Brasil da Tereos Internacional, Jacyr Costa Filho, afirmou que as condições apresentadas pela instituição desestimularam a operação. "Ficou mais caro", comentou ele, que participa da 15ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo.
No fim de agosto, o BNDES aprovou R$ 2 bilhões para armazenagem de etanol. A taxa de juros foi definida em 25% de TJLP e 75% em referenciais de mercado, acrescido de 1,775% ao ano para o BNDES e da remuneração da instituição financeira repassadora.
Além desse custo financeiro, a liberação dos recursos ocorreu mais tarde neste ano, o que também provocou impacto no apetite das empresas pelo crédito.
Costa Filho já havia dito ao Broadcast no mês passado que a Guarani estava utilizando recursos próprios para armazenar etanol, na expectativa de preços mais remuneradores na entressafra.
No primeiro trimestre da temporada 2015/16 (abril, maio e junho), a companhia comercializou 128 milhões de litros de etanol, levemente abaixo dos 131 milhões de litros de igual período do ano passado.
Os volumes levam em conta 100% da Usina Vertente, em Guaraci (SP). Embora a Guarani detenha apenas metade da unidade, um acordo com os acionistas possibilitou que todas as operações da indústria fossem consideradas dentro do balanço.