Herbicidas em taxa variável
04-09-2015

O professor associado e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da área de biologia e manejo de plantas daninhas, Pedro Jacob Christoffoleti, explica que os herbicidas, assim como os corretivos agrícolas, também são aplicados em área total e em uma mesma dose, o que, segundo ele, é um erro, pois dificilmente o comportamento do produto será o mesmo por todo o terreno. “Cada solo possui variabilidade de textura. Dessa forma, o correto é correlacionar o produto com os ambientes de produção “. Ele afirma, portanto, que acertar na dose do produto é crucial para a eficácia do manejo. “O herbicida é cruel, pois em excesso causa fitotoxicidade e a falta dele causará aumento do mato".

Pensando nisso, alguns pesquisadores começaram a pegar os mapas de fertilidades usados para correção de solo e utilizar suas informações para basear as recomendações de aplicação de herbicidas em cada área. O consultor Leonardo Menegatti, da APagri, explica que essa técnica é focada em pré-emergência e busca ajustar a dose do produto em função das características do solo, principalmente MO (matéria orgânica), argila e CTC (capacidade de troca de cátions). “O objetivo é ajustar a dose de acordo com a capacidade do solo de reter cada tipo de herbicida para que a concentração final na solução do solo seja igual independente da posição no espaço”.

Para o consultor, o fato de poder utilizar as mesmas informações do manejo da nutrição do solo (calcário, gesso, potássio e fósforo), reduz, significativamente, o custo de adoção da tecnologia, já que o produtor não terá que investir em uma nova coleta de informações.

Menegatti afirma que o benefício dessa técnica não está ligado à economia de produtos, mas sim à sua maior eficiência de uso. “Podemos citar, ainda, outras vantagens decorrentes do uso dessa tecnologia, como economia operacional e em reaplicação, controle de plantas daninhas na época correta com aumento de produtividade, proteção dos investimentos realizados no solo, redução do banco de sementes, custo de oportunidade para reaplicação, menor dano químico à planta na reaplicação e manutenção de banco de dados.”

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