Índice de poder de compra apresentou alta no mês de maio, ATR, clima e câmbio seguem em foco para junho

10-06-2024

É esperado durante o mês de junho condições mais secas do que o normal em grande parte das suas regiões

Nathan Scotton de Castro - Analista do Pecege Consultoria e Projetos

Durante o mês de maio, o poder de compra dos produtores foi marcado por uma desvalorização, contrariando o cenário de estabilidade visto nos meses anteriores. A pressão nos preços pode ser explicada por três fatores principais. O primeiro deles foi a redução no valor do ATR, em decorrência do início da safra, com maior disponibilidade de cana no mercado.

O segundo ponto que contribui para a redução do poder de compra dos produtores foi a alta nos preços dos principias fertilizantes, como o MAP, KCL e Ureia, tendo em vista a maior demanda de compras visando o segundo semestre do ano e também pelo aumento do dólar, o qual foi o terceiro e principal fator de impacto nos preços, que por conta dos desdobramentos políticos nos Estados Unidos e no Brasil acabou fechando o mês na casa dos R$ 5,24, impactando os preços dos insumos importados.

Ainda a respeito da taxa de câmbio, a primeira semana de junho foi marcada por uma nova alta do dólar, atingindo R$ 5,29, sendo o maior valor registrado em mais de um ano. Ao analisar o cenário externo e interno, o qual sinaliza que o FED demorará mais do que o previsto para iniciar a redução dos juros norte-americanos e também à incerteza do mercado em relação à credibilidade do arcabouço fiscal brasileiro, é esperado que a taxa cambial permaneça em alta durante o mês.

Além da previsão da taxa de câmbio pressionando o mercado, é esperado durante o mês de junho condições mais secas do que o normal em grande parte das suas regiões, especialmente entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, áreas que normalmente ficam sob a influência das frentes frias que passam pelo Sul do Brasil. Sendo assim espera-se um cenário altista para o ATR, podendo ser prejudicado pelas condições climáticas. Portanto, é esperado que o poder de compra dos produtores continue sendo pressionado durante o mês de junho.