Inovação e inteligência artificial impulsionam futuro das bioenergias no Brasil

18-08-2025

Especialistas mostraram como a tecnologia e a IA podem dobrar produtividade e tornar a transição energética mais acessível

A combinação de tecnologia avançada e inteligência artificial (IA) está transformando o cenário da bioenergia no Brasil, oferecendo ganhos expressivos em produtividade, competitividade e sustentabilidade. Esse foi o foco do painel “Tecnologia, IA e o futuro das bioenergias”, realizado na quarta-feira (13) no espaço FenaBio, durante o segundo dia da 31ª edição da Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho - SP.

Mediado por Gonçalo Pereira, professor titular da Unicamp, o debate reuniu especialistas de peso: Daniel Medeiros (CTC – Centro de Tecnologia Canavieira), Gastón Diaz Perez (Robert Bosch), Luciano Fernandes (Treesales Consultoria), Alexandre Dal Forno (TIM Brasil) e Julio Cunha (Siemens Brasil).

Abrindo a discussão, Gonçalo Pereira destacou que os combustíveis fósseis estão no centro das crises climáticas e sociais, enquanto o etanol se apresenta como alternativa limpa e geradora de postos de trabalho. “Precisamos reconhecer o valor dos biocombustíveis para o desenvolvimento do país e para a sustentabilidade”, afirmou.

Daniel Medeiros, do CTC, apresentou a meta de dobrar a produtividade do canavial até o final da próxima década, apoiada em inovação e pesquisa. Entre as tecnologias que viabilizam esse avanço estão as sementes artificiais, capazes de aumentar as taxas de multiplicação, reduzir custos, melhorar a sanidade genética e liberar áreas para plantio comercial.

Ele também destacou o uso da IA para otimizar pesquisas e práticas agrícolas, e o conceito de gêmeo digital da cana, que permite reduzir o tempo de desenvolvimento da planta e ampliar o rendimento por hectare.

Para Gastón Diaz Perez, CEO da Robert Bosch, a transição energética precisa ser gradual e financeiramente viável. “A tecnologia tem que caber no bolso do consumidor. Os veículos flex e híbridos são o meio do caminho para essa transição”, avaliou.

O painel também contou com contribuições sobre IoT e conectividade 5G como catalisadores da transformação digital no agronegócio e na indústria bioenergética, além de soluções em automação e instrumentação para aumentar a eficiência operacional.