Inovações digitais permitiram à Biosev entrar no agro 4.0
18-11-2019

Biosev recebe as informações de campo instantaneamente em seu Centro de Inteligência Agrícola (CIA). Foto: Divulgação Biosev
Biosev recebe as informações de campo instantaneamente em seu Centro de Inteligência Agrícola (CIA). Foto: Divulgação Biosev

Centro de Inteligência Agrícola, monitoramento de máquinas, formulários para apontamentos online e moderno sistema de detecção e combate a incêndios em canaviais estão entre as tecnologias destaque da companhia

Leonardo Ruiz

A tecnologia empregada no campo foi a maior responsável pelos saltos de produtividade vistos nos últimos anos. Não existe mais separação entre os mundos físico e virtual, hoje conectados para facilitar a vida das pessoas. Por trás dessa ideia, se encontra o conceito da Agricultura 4.0 - também chamada de agricultura digital -, que consiste no emprego de métodos computacionais de alto desempenho, redes de sensores, comunicação máquina para máquina, conectividade entre dispositivos móveis e computação em nuvem visando o processamento de grandes volumes de dados e a tomada de decisão em tempo real.

Uma das companhias que entrou “de cabeça” neste universo futurista é a Biosev, segunda maior processadora global de cana-de-açúcar. O grupo gerencia cerca de 313.500 hectares de terras, em sua maioria, conectados e firmados no Agro 4.0.

 

Carlos Daniel Berro Filho: “O CIA ajuda a entender de forma online e em tempo real o que está acontecendo nos canaviais de cada usina, munindo-as com visões macro de suas operações agrícolas”
Foto: Leonardo Ruiz

O diretor agrícola da Biosev, Carlos Daniel Berro Filho, explica que essa central atua no monitoramento de todas as operações agrícolas, dos tratos culturais a colheita, sendo também responsável por encaminhar informações diretamente para a operação das unidades, incluindo líderes, coordenadores, supervisores e gerentes. “Ela ajuda a entender de forma online e em tempo real o que está acontecendo nos canaviais de cada usina, munindo-as com visões macro de suas operações agrícolas.” Motor ocioso, aproveitamento do tempo, impurezas e potencial de colheita são os principais indicadores de performance operacional assistidos pelo CIA.Em função dessa conectividade, a Biosev recebe as informações de campo instantaneamente em seu Centro de Inteligência Agrícola (CIA), localizado na unidade Santa Elisa, de Sertãozinho/SP, mas que controla as operações das nove unidades produtivas do Grupo, distribuídas em quatro estados brasileiros.

 

Motor ocioso, aproveitamento do tempo, impurezas e potencial de colheita são os principais indicadores de performance operacional assistidos pelo CIA
Foto: Divulgação Biosev

Segundo Berro Filho, essa central permite trabalhar em duas frentes distintas: a curto e médio/longo prazo. A primeira consiste no acompanhamento minuto a minuto do rendimento das máquinas e componentes em operação no campo. “Neste sistema, é possível verificar o status de cada equipamento no talhão. Caso ele comece a consumir muito combustível ou seu rendimento caia de forma significativa, entramos em contato com os líderes para saber os motivos e tentar alinhar uma solução.”

Já a segunda frente tem como objetivo melhorar os indicadores a médio e longo prazo, criando um histórico de falhas frequentes e pontos que podem ser melhorados para que a operação se torne mais eficiente no futuro, sendo capaz de prever possíveis erros de processo através de indicadores preditivos.

Monitoramento de máquinas e Biosev FORMs dão maior rastreabilidade e confiabilidade a operação

 

Por meio de um moderno sistema de telemetria, as unidades da Biosev conseguem, em tempo real, saber a exata localização de cada máquina agrícola, seja ela um trator, um transbordo, uma colhedora e, até mesmo, um rodotrem. Para o diretor agrícola da companhia, essa tecnologia eleva o grau de rastreabilidade e confiabilidade das operações. “Como temos muito ativo biológico, em centenas de locais distintos, sendo colhido em turnos diferentes, é vital que tenhamos uma ferramenta que nos forneça dados precisos para que seja possível acompanhar a operação em tempo real, mesmo estando a quilômetros de distância.”

Biosev FORMs transforma o papel em tecnologia
Foto: Divulgação Biosev

Já o Biosev FORMs é uma plataforma digital que transforma o papel em tecnologia. Ela reduz o uso de formulários impressos, diminui erros e agiliza a transmissão das informações. Atualmente, o software já conta com 49 formulários disponíveis, onde as equipes podem criar apontamentos georreferenciados diretamente do campo e transmiti-los instantemente para as centrais de controle.

Com um celular ou tablet, colaborador pode tirar uma foto georreferenciada de dentro do canavial e enviá-la instantaneamente para o centro de controle agrícola
Foto: Divulgação Biosev

De acordo com ele, com o Biosev FORMs, não há mais esse tipo de problema. “Hoje, quando o colaborador encontrar uma reboleira de planta daninha, basta tirar uma foto com o celular ou tablet. A imagem chegará no mesmo momento aos olhos dos gestores responsáveis. Dessa forma, a gestão do canavial melhora significativamente.”“Antigamente, um determinado colaborador rodava os canaviais da usina o dia todo. Ao retornar para o escritório no final do expediente, apontava manualmente no mapa onde existia, por exemplo, uma infestação de pragas ou de plantas daninhas. O problema era a confiabilidade dessa informação, pois, devido ao tamanho das áreas, ficava difícil lembrar exatamente o local de cada adversidade”, relata Berro Filho.

“Nas usinas do MS, me preocupo mais com fogo do que com geada”

 

Outra tecnologia que está fazendo a diferença na Biosev é um sistema de câmeras de longo alcance que atua no monitoramento e prevenção de incêndios. Inaugurado ano passado na Usina vale do Rosário, o projeto – que deve chegar a 100% das unidades da companhia nos próximos dois anos - já reduziu o número de ocorrências em 60%.

 

Sistema de câmeras de longo alcance já diminuiu ocorrências de incêndio em 60%
Foto: Leonardo Ruiz

O diretor agrícola da Biosev confessa que, no início, era um pouco cético em relação a tecnologia. Achava que o tempo entre a detecção pelas câmeras e o alerta de fogo seria longo demais. “Na minha opinião, era mais rápido ter um colaborador numa torre que, ao avistar uma fumaça, passaria a informação na hora pelo rádio.”

No entanto, após a implantação do sistema, tudo mudou. “Essas câmeras de longo alcance fazem uma varredura inteligente 360 graus durante as 24 horas do dia. A qualquer sinal de fumaça, elas dão zoom naquela área e emitem um alerta para os operadores do centro de controle.”

As câmeras da Usina Vale do Rosário estão instaladas em torres espalhadas pelos canaviais da unidade, cobrindo uma área de 50 mil hectares
Foto: Leonardo Ruiz

Além de dar um aviso instantâneo de queimada, a tecnologia trabalha também com mapas de criticidade, que classificam as áreas em uma escala de riscos de incêndio e avalia de que forma implementar estrategicamente as ações preventivas. Esse mapeamento considera como critérios de avaliação a proximidade a fontes de água, tempo necessário para chegada das brigada de incêndio, existência de rodovias ao redor, proximidade de áreas verdes e se há pontos de observação.

 

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