Inpasa avalia que momento não é positivo para novos investimentos
13-03-2025

Segundo a diretoria da empresa, pausa deve-se aos juros altos e também à maturação dos próprios investimentos em usinas de etanol de milho no país
Por Camila Souza Ramos — Ribeirão Preto (SP)
A Inpasa, maior produtora de etanol de milho do país e que passou por um forte período de expansão no último ano, avalia que é hora de pisar no freio e não avançar em novas indústrias. “Agora não é bem o momento de fazer investimentos novos”, disse à reportagem Gustavo Mariano, vice-presidente de trading da Inpasa.
A companhia acabou de concluir a construção de sua usina de etanol de milho em Balsas (MA), que só aguarda autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para começar a operar. E está avançando na construção da usina em Luis Eduardo Magalhães (BA), que deve ficar pronta no primeiro trimestre de 2026.
Em 2024, a Inpasa também ampliou sua usina de etanol de milho em Sinop (MT) e Sidrolândia (MS), além de ter construído a usina em Balsas. A construção da usina na Bahia, porém, deve ser a última deste ciclo recente de expansão.
Segundo Mariano, o freio de arrumação deve-se aos juros altos e também à maturação dos próprios investimentos em usinas de etanol de milho no país. “Agora tem que maturar a demanda de etanol”, avaliou.
Capacidade
A planta recém-construída em Balsas tem capacidade para processar até 480 milhões de litros de etanol por ano. Embora seja metade da capacidade de produção das outras usinas da Inpasa no Centro-Oeste, essa oferta representa o dobro do que o Maranhão já tem em capacidade instalada de produção de etanol, a partir de usinas de cana-de-açúcar.
Com a unidade em Balsas e em Luís Eduardo Magalhães, a Inpasa pretende fomentar o mercado de etanol hidratado no Nordeste, onde a participação do biocombustível no consumo do ciclo Otto (incluindo etanol hidratado e anidro) está próxima a 15%, em comparação com mais de 45% no Sudeste.
Fonte: Globo Rural