INTL Fcstone eleva previsão de déficit em 2015/16 para 9,3 mi de t
18-05-2016

A INTL FCStone elevou nesta quinta-feira sua projeção para o déficit na produção de açúcar no ano-safra global 2015/16, que se encerra em 30 de setembro, de 7 milhões para 9,6 milhões de toneladas. Se confirmado, será o primeiro após cinco anos consecutivos de superávit. De acordo com a consultoria, uma produção menor no Hemisfério Norte responde por essa previsão.
A falta de chuvas durante as monções na Índia levou ao fim de safra precoce nos três principais Estados canavieiros daquele país. Com isso, a estimativa de produção foi reduzida para 25,1 milhões de toneladas, 11,3% abaixo da safra passada, segundo a INTL FCStone.
Já para a Tailândia, os números finais de safra mostraram redução em 11,2% no processamento de cana e de 2,5% na taxa de recuperação de açúcar, que foi impactada pelas chuvas durante a colheita. Em suma, a safra encerrou dois meses antes do esperado e com produção de pouco mais de 10 milhões de toneladas, 13,4% abaixo de 2014/15, acrescentou a consultoria.
Como resultado, a produção mundial de açúcar em 2015/16 deve ficar em 173,5 milhões de toneladas, com a demanda estimada em 182,8 milhões de toneladas. 2016/17
Para a temporada 2016/17, que começa em outubro, a consultoria aponta outro déficit, de 7,8 milhões de toneladas. "O déficit global deve se estreitar, mas ainda assim deve atingir 7,8 milhões de toneladas, representando a terceira maior redução nos estoques dos últimos doze anos", ressaltou o analista João Paulo Botelho, em relatório. A relação estoques/uso, por sua vez, deve cair para 34,2%, o menor nível desde 2010/11.
A consultoria afirmou que a produção dos principais produtores do Leste Asiático, América Central e do Sul deve se recuperar. Além disso, a produção da União Europeia também deve crescer significativamente em relação à safra passada devido ao aumento da área plantada e à melhora nas condições climáticas. "As únicas exceções para esta forte recuperação são a Índia e o Centro-Sul do Brasil, exatamente os dois maiores produtores do mundo.
Para a próxima safra indiana, estimamos nova queda na produção total de açúcar como resultado da redução na área plantada nos Estados de Maharashtra e Karnataka devido às monções fracas em 2015", avaliou Botelho.
Para o Centro-Sul do Brasil, é esperado aumento marginal da produção açucareira no próximo ciclo, uma vez que a maioria das usinas já está elevando o mix açucareiro para o maior patamar tecnicamente viável neste ano, como resultado do elevado diferencial de remuneração oferecido pelo açúcar em comparação com o etanol. Como não são esperados investimentos volumosos em aumento da capacidade produtiva de açúcar ou mesmo da área plantada com cana devido à situação financeira delicada do setor, é improvável que a produção aumente significativamente em 2017.
Quanto à demanda, a perspectiva para o ciclo 2016/17 é de que a desaceleração econômica na China continue afetando o crescimento dos países emergentes, mas não há expectativa de piora acentuada na economia de nenhum importante consumidor de açúcar. Com isso, a INTL FCStone estimou a demanda global em 186,3 milhões de toneladas, mantendo a taxa de crescimento de 1,9%, ainda abaixo da média dos últimos cinco anos. A produção deve ficar em 178,5 milhões de toneladas (2,9% acima de 2015/16).