John Deere inaugura Centro de Pesquisa para Agricultura Tropical em Indaiatuba -SP
10-12-2024

Companhia investiu R$ 180 milhões na nova unidade que será pioneira nos testes de motores a etanol no Brasil

A John Deere inaugurou, na última quinta-feira (5), o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento - Indaiatuba (CPD-I), no interior de São Paulo. Com um investimento de R$ 180 milhões, esta é a primeira unidade da empresa voltada exclusivamente para atender às demandas da agricultura tropical, posicionando o Brasil como referência global no setor. O centro foi projetado para reduzir o tempo de desenvolvimento de novas tecnologias e soluções agrícolas, otimizando a resposta ao mercado brasileiro.

De acordo com Cristiano Correia, vice-presidente de Sistemas de Produção da John Deere para a América Latina, o projeto reforça o compromisso da empresa com o agronegócio brasileiro. “Sabemos que a agricultura tropical desempenha um papel essencial no futuro do planeta. Vamos trabalhar para trazer soluções que transformarão o campo e atenderão de maneira ainda mais eficaz às necessidades dos nossos clientes brasileiros”, afirmou.

Para o início das atividades, 110 profissionais da companhia foram transferidos para a nova unidade, número que deve crescer nos próximos anos. Com uma área de 500 mil m², o CPD-I conta com escritórios, laboratórios, uma oficina para manutenção e calibragem de peças, impressoras 3D e um amplo espaço para testes de campo. Mais de 400 mil m² estão dedicados ao desenvolvimento de soluções específicas para os principais sistemas de produção, como grãos, cana-de-açúcar, algodão e cultivos especiais.

O centro também permitirá a realização de testes simultâneos para todas as etapas da produção agrícola – preparo de solo, plantio, manejo e colheita –, algo que não acontece nos outros centros da John Deere localizados nos Estados Unidos e na Alemanha. Segundo Antonio Carrere, vice-presidente de Marketing e Vendas para a América Latina, a unidade também será o berço de novas tecnologias voltadas ao setor canavieiro, considerado estratégico para a empresa.

Uma das inovações mais aguardadas é o motor a etanol de 9.0L, cujo conceito foi apresentado no final de 2023 na Alemanha. Agora, os primeiros testes globais dessa tecnologia serão realizados no Brasil, fortalecendo a liderança do país em soluções sustentáveis. Carrere destacou ainda a exportação da colhedora de cana CH950, desenvolvida no Brasil, como exemplo do potencial da unidade.

“Estamos trazendo novas tecnologias para as máquinas. Por exemplo, o uso de visão computacional para capturar a produtividade em tempo real. Essa inovação nasceu aqui e já está sendo exportada”, ressaltou.

Impacto para o agronegócio brasileiro

Autoridades presentes na inauguração enfatizaram a importância do centro para o agronegócio nacional. Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, destacou o papel do estado como líder em exportações agrícolas, com um crescimento de 11,2% no setor. Para ele, o CPD-I representa um marco para a adaptação das tecnologias agrícolas à realidade brasileira, que inclui solos diversos e a possibilidade de até três safras anuais.

O deputado federal Arnaldo Jardim também enalteceu a iniciativa da John Deere, ressaltando a necessidade de equipamentos adaptados às condições locais. “O Brasil, com sua agricultura tropical, exige tecnologias específicas. Esse centro não só impulsionará nossa produtividade, como também servirá de exemplo para outras regiões do mundo, como a África e a América Latina”, afirmou.

Andréia Vital