La Niña sacrifica a lavoura
30-11-2020

A seca debilita a cana-soca, provoca falhas e retarda o desenvolvimento dos canaviais
A seca debilita a cana-soca, provoca falhas e retarda o desenvolvimento dos canaviais

Fenômeno natural que reduz a quantidade de chuva, foi diagnosticado no início de setembro e deve se manter atuante até o segundo trimestre de 2021

Após um Outono e Inverno com chuvas abaixo da média, a expectativa dos produtores rurais era de que, com a Primavera as chuvas voltassem recuperando o campo. Porém, os meteorologistas acabaram com a esperança, pois anunciaram que a previsão era que a estação seria marcada por chuvas abaixo da média climatológica.

Dados disponibilizados pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), analisados e divulgados pelo Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp, sobre a previsão climática para o trimestre - entre os meses de outubro/novembro/dezembro – apontavam para um período de chuvas abaixo da média na região. E que dezembro é o que mais se destacará pelas poucas chuvas, com déficit aproximado de 100 milímetros. 

A responsabilidade pela redução das chuvas fica a cargo do La Niña, fenômeno natural que consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. Esse fenômeno foi diagnosticado no início de setembro e deve se manter atuante até o segundo trimestre de 2021.

Assim, o La Niña segue sacrificando o campo, prejudicando o plantio e o desenvolvimento dos grãos, em alguns casos será necessário o replantio, causando prejuízo e redução de safra. Nos laranjais, a seca faz com que a laranja seque no pé e, nos canaviais, a socaria morre, ou a cana não cresce, ameaçando não ter cana no ponto para o início da safra 2021/22 em 1º de abril.

Solo seco: amendoim sofre para se manter vivo

Além disso, o atraso no plantio pela espera das chuvas, pode reduzir o cultivo de amendoim nas regiões de rotação com cana, pois os 120 dias necessários para o ciclo do amendoim extrapolará a janela para a formação de novos canaviais.

Mesmo assim, o produtor tem fé de que o La Niña dê uma pausa, que as chuvas se intensifiquem, que a lavoura se recupere e que o prejuízo seja menor que o esperado.

Fonte: CanaOnline