Lampejos no fim do túnel
23-02-2015

Ações como a volta da CIDE e aumento da mistura de etanol na gasolinaproporcionamcerto alívio, mas o maior reflexo virá com a valorização da energia da biomassa

Clivonei Roberto e Luciana Paiva

Para o setor sucroenergético, os últimos seis anos foram marcados por muitas tempestades e trovoadas. Com remuneração inferior ao tamanho do endividamento, mais de 80 usinas paralisaram suas atividades e 67 estão em recuperação judicial. Nesse período, milhares de trabalhadores foram demitidos por unidades produtoras e empresas de bens e serviços voltadas ao setor. Em 2014, apesar de muita tentativa de diálogo com o Palácio do Planalto, quase nada avançou.
Mas 2015 começa com lampejos no fim do túnel a favor da agroindústria da cana-de-açúcar. Alguns avanços já vieram no final do ano passado em diferentes estados da federação. Em dezembro foi aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o etanol hidratado no estado de 19% para 14%, o que tende a ampliar o potencial de consumo do biocombustível em MG.
“Essa mudança vai inserir Minas Gerais no mercado de etanol brasileiro, que tem 10% da frota nacional, a segunda maior do país. E é um potencial muito grande”, projeta Mário Campos, presidente executivo da Siamig (Associação da Indústria Sucroenergética de Minas Gerais). Em 2014, as usinas mineiras já dedicaram 57% da matéria-prima para o biocombustível. O que deve acontecer, segundo ele, é a mudança do fluxo logístico do produto. “Hoje, Minas produz 1,5 bilhão de litros de hidratado e tem um consumo de cera de 750 milhões de litros. O excedente do combustível ia para outros mercados, especialmente São Paulo. Mas com o mineiro utilizando mais o etanol, nossa expectativa é de que atinjamos um consumo de pelo menos 1,5 bilhão de litros”, explica Campos. Será o dobro do consumo atual, reduzindo a oferta e a pressão sobre o preço do produto no estado de São Paulo.

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