Luiz Carlos Corrêa Carvalho defende integração entre cana e milho como eixo da nova bioeconomia
28-10-2025

Presidente da ABAG diz que o Brasil vive “a revolução agrícola mais aproveitável do mundo”

Por Andréia Vital

O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, analisou o contexto econômico internacional e defendeu a integração entre cadeias produtivas como estratégia para o Brasil consolidar sua liderança na bioeconomia ao participar da “Mesa Redonda: Políticas públicas para bioenergia e o papel do setor sucroenergético”, realizada durante o evento de liberação nacional de 18 variedades da RIDESA Brasil, no dia 22 de outubro, em Ribeirão Preto – SP.

“Vivemos um momento de transformações rápidas e incertezas monumentais. É uma conjuntura que eu nunca havia conhecido antes”, afirmou. Segundo ele, cabe ao Brasil reafirmar sua condição de protagonista global da agricultura sustentável.

Segundo ele, o futuro do setor sucroenergético passa pela união entre cana e milho, com usinas integradas e cadeias complementares. “Não se trata de nós e eles. É cana e milho juntos, uma só agroindústria, capaz de enfrentar os desafios econômicos e climáticos dos próximos anos”, destacou.

Carvalho destacou que a revolução agrícola mais expressiva do século é brasileira e que o país reúne, em seu território, os três pilares da bioeconomia moderna: carboidrato, proteína e hidrocarboneto.

“A grande revolução agrícola do mundo é brasileira. Nenhum outro país combina produção em escala com sustentabilidade dessa forma. É um sistema for aproveitável — do etanol à biomassa, tudo pode e deve ser melhor utilizado”, ressaltou.

Para ele, a integração vai além da agricultura: precisa envolver também o setor público e o privado. “Não é possível avançar com visões fragmentadas. Nossa riqueza está na soma desses elementos, não na disputa entre eles. A integração é o único caminho para que a agroindústria brasileira continue competitiva, inovadora e sustentável”.

O dirigente elogiou o trabalho da RIDESA e das universidades federais que desenvolvem novas variedades de cana, afirmando que a pesquisa é o elo que garante produtividade, diversificação e competitividade.

“Eventos como este mostram o quanto o Brasil tem potencial de liderar a bioeconomia global. Temos tecnologia, ciência e um setor produtivo maduro. Agora precisamos transformar isso em política de Estado e em narrativa global de protagonismo”, concluiu.