Mais impurezas e menos açúcar, este é o cenário do setor
30-11-2015

Intensificação da colheita mecanizada de cana crua faz com que a indústria sinta na pele as dificuldades para fabricar açúcar com a mesma qualidade de antes

Leonardo Ruiz

Após alguns anos consecutivos de baixa nos preços, o açúcar deve se recuperar ao longo do próximo ano, devido à combinação entre os futuros da commodity em dólar na bolsa de Nova York e a cotação da moeda americana frente ao real. Caso esse cenário se consolide, é provável que esta seja a primeira temporada (se referindo à safra mundial de açúcar que vai de outubro de 2015 a setembro de 2016), em muitos anos, em que o consumo irá superar a produção.

Essa tendência de aumento dos preços do açúcar em real em 2016 deve estimular as usinas brasileiras a produzir, na próxima safra, um volume maior do produto do que o registrado em 2015, caso o governo não eleve mais o preço da gasolina e torne as vendas de etanol mais interessantes. No ciclo atual, as usinas que se encontram em dificuldades financeiras favoreceram a produção do biocombustível devido à maior liquidez e à melhoria da remuneração do produto.

O aumento da demanda por açúcar e, consequentemente, dos preços, poderá ser de grande ajuda para o setor sucroenergético, que vem enfrentando uma das piores crises de sua história. Porém, esse fato chega num momento em que o segmento ainda tenta contornar um grave problema enfrentado na fabricação desse produto: a expressiva quantidade de impurezas mineiras e vegetais que chega junto com a matéria-prima vinda do campo e que afeta, grandemente, a qualidade do produto final.

Segundo a professora adjunto do departamento de tecnologia - FCAV/Unesp - (Jaboticabal), Márcia Mutton, o nível de impurezas vegetais na indústria saiu de 4,6% em 2008/09 para 8,8% na safra 2013/14. “Esses números são as médias de algumas unidades, porém, tem usinas em que esse nível chega a 17%. Nesses locais, eu olho a mesa de recepção e não vejo cana, apenas palha.”

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